O ministro da Cultura, Roberto Freire, desembarca neste sábado (18/3) em Porto Alegre. Na agenda, visitas à Fundação Iberê Camargo, ao Santander Cultural, encontros com a prefeitura, com o governo do Estado e um evento promovido pelo Instituto Ling. Em São Paulo, na véspera do embarque, ele conversou com a coluna por telefone.
1. A nova Lei Rouanet está pronta?
Sim. No dia 21 vamos assinar a nova normativa. Com a mudança, responderemos rapidamente aos anseios da sociedade. Levamos três meses discutindo. Se demorássemos mais, correríamos o risco de demonizar esse mecanismo, que acabaria inviabilizado.
Uma das novidades será a limitação do preço dos ingressos em eventos incentivados pela Rouanet. A média não poderá ser maior do que R$ 150.
Os aplausos às modificações são generalizados. As críticas nem podem ser consideradas, porque vêm daqueles que estavam no governo há anos e nada fizeram para corrigir o que estava errado.
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2. Durante a sua visita, algum anúncio especial para o Rio Grande do Sul?
Vamos nos dedicar a aprovar junto à Unesco a transformação da cultura gaúcha em patrimônio da Humanidade.
Como pernambucano, posso ajudar, porque meu Estado já tem experiência nesses processos. Na Lei Rouanet, acreditamos que podemos incentivar ainda mais sua utilização. A nova normativa prevê mecanismos que estimulem a participação das regiões Norte, Nordeste e Cento-Oeste.
Se funcionar, podemos estudar a inclusão do Sul nesses mecanismos. Apesar das dificuldades, o Sul ainda tem um diferencial positivo em relação a essas três regiões.
3. Como deve ser a relação entre Estado e cultura?
De independência. Fala aqui alguém que já foi representante de um pensamento diferente. O Estado deve incentivar, mas adotando critérios justos e transparentes. Os valores da democracia e da pluralidade devem ser respeitados. Do contrário, corremos o risco de produzir menos cultura e mais propaganda.