Muita gente se surpreendeu com o convite do prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), para que Boni assuma a Secretaria de Cultura. Geralmente, não se costuma cogitar célebres executivos da televisão para esse tipo de cargo. O perfil mais usual é do profissional versado em gestão e política cultural. Mas o gesto de Doria é condizente com um fenômeno presente há muito tempo na história e que atualmente volta a dar as caras: a espetacularização da política.
Isso fica mais claro quando vemos figuras midiáticas sendo eleitas, como o cantor Tiririca, o jogador Jardel ou qualquer outro que apareça na televisão sem precedente de envolvimento com gestão pública. Mas há várias formas pelas quais a política se torna espetáculo. Muito do sucesso do populismo se deve à performance de seus representantes. Veja o caso de Donald Trump nos Estados Unidos.
Trump é uma figura midiática com a qual muitos se identificam, mesmo que seja pelos preconceitos em comum. Do lado dos democratas, o presidente Obama não deixa por menos – todos concordam que ele é um showman. Obama apareceu recentemente em um programa ironizando Trump. A questão foi a seguinte: o candidato republicano tuitou que Obama entrará para a história como o pior presidente dos EUA. Obama, na TV, rebateu que pelo menos será lembrado como presidente, em alusão à pequena chance de Trump vencer a próxima eleição. No espetáculo da política, quem faz rir por último faz rir melhor.
A estetização da política já resultou em alguns dos episódios mais macabros da história da humanidade, mas segue presente de maneira mais diluída em muitos aspectos. Sabemos que o tempo de TV é uma das mais poderosas ferramentas do marketing eleitoral. Quem não é visto na tela não é lembrado. Há quem ironize o voto daqueles que elegem candidatos folclóricos, mas ninguém está realmente imune ao efeito da espetacularização. E o motivo é muito simples: vivemos em um mundo espetacularizado.
Podemos torcer para que a política se livre de tudo isso, mas simplesmente não vai acontecer. O melhor é aprimorarmos nosso senso crítico para aprendermos a tomar decisões baseados em argumentos. Esse caminho só será possível por meio da educação, a principal via para um mundo menos desigual e mais justo.
Bactéria do bem
A revista Nature noticiou que mosquitos com a bactéria Wolbachia serão soltos na cidade do Rio de Janeiro e em Medellín, na Colômbia, nos próximos dois anos. A bactéria inibe a habilidade de insetos transmitirem zika, dengue e outros vírus.
Um pequeno número de mosquitos com Wolbachia já foi solto nessas cidades, mas os esforços serão ampliados com um financiamento de US$ 18 milhões. Já houve experiências bem-sucedidas na Austrália, na Indonésia e no Vietnã.
É de família
O psicólogo e psicanalista Joseph Knobel Freud, especialista em infância e adolescência, participará de um encontro entre os dias 3 e 5 de novembro no Colégio Farroupilha, em Porto Alegre.
O objetivo do evento é realizar um intercâmbio clínico, acadêmico e cultural. A propósito, Joseph é sobrinho-neto de Sigmund Freud.
Agora sim
Preocupado com informações incorretas que circulam nas redes sociais, o Detran-RS lançou nesta sexta-feira uma mensagem de WhatsApp esclarecendo os novos valores de multa e o tempo de suspensão da carteira de habilitação que entram em vigor nesta terça-feira.