O dramaturgo Ronald Radde, que morreu ontem, respeitava as crianças. Vi pelo menos uma dúzia das suas produções infantis com as minhas filhas.Figurino, cenografia, trilha sonora, trabalho de atores.
Tudo era cuidado. Radde sabia que ali estava não apenas o público do futuro, mas o do presente também. E tratava os guris e as gurias da plateia como se fossem críticos especializados e exigentes. É o que são, na verdade. Ele sabia. Radde fez muito. Mas só esse respeito ao público infantil, tantas vezes subestimado em outros palcos, já faria justo esse longo e emocionado aplauso.