Michel Temer leu com atenção máxima toda a delação premiada de Delcídio Amaral. Tem convicção de que sobreviverá ileso. Leia nota divulgada há pouco pelo vice-presidente.
"Dirijo-me pessoalmente à imprensa brasileira para, como homem público, prestar esclarecimentos à sociedade.
Faça-o para refutar as insinuações do Senador Delcídio do Amaral em sua colaboração premiada. Disse que, em 1997, no governo Fernando Henrique Cardoso, indiquei o senhor João Henriques para diretor da BR Distribuidora e que lá teria havido ilicitude referente à compra de etanol. Disse mais: que muito tempo depois ,em 2007, “apadrinhei” o seu nome para a Diretoria Internacional da Petrobrás. Que rejeitado o seu nome, “chancelei” depois o nome do senhor Zelada. Aliás, numa delação de mais de 250 páginas, meu nome consta de poucas linhas, revelando desde já a inconsistência das alegações.
Esclareço:
1. Em 1997, não conhecia o senhor Henriques. Só vim a conhecê-lo anos depois e, mais tarde, em 2007, membros da bancada de Minas Gerais informaram-me, como presidente do partido, que o seu nome seria apresentado pela bancada para aquela diretoria. O nome não foi aprovado. Posteriormente, indicaram o nome do senhor Zelada que também foi encaminhado pela bancada, tramitou e foi aprovado. Aliás, esse procedimento era rotineiro, já que muitas e muitas vezes os nomes que eram indicados pelas bancadas eram-me comunicados. Estes os fatos.
2. Note-se que se não o conhecia não o poderia ter indicado e, muito menos, ter participado de um suposto esquema do etanol, do qual só estou tomando ciência agora. Reitero que o conheci anos depois, quando mantive alguns poucos contatos. Repito, portanto, que jamais o apadrinhei e ele jamais solicitou esse apadrinhamento.
3. Não admitirei imputações irresponsáveis que atinjam a minha honra, maculem minha imagem na vida pública e profissional e minha trajetória na defesa dos princípios democráticos da Constituição Federal. Mas isto não me exime da responsabilidade de esclarecer e ao mesmo tempo revelar a minha mais veemente indignação".
Michel Temer