Tem sessão ao longo desta semana em Porto Alegre, Santa Maria, Erechim e Quatro Irmãos o documentário Terras Prometidas: A Herança da Baronesa e do Barão de Hirsch (2024). O filme relata a jornada de imigrantes judaicos do Leste Europeu entre o final do século 18 e o início do século 20, graças ao financiamento de um casal de filantropos.
Na Capital, a exibição será nesta terça-feira (26), às 19h, na Cinemateca Capitólio, com entrada franca e distribuição de senhas a partir das 18h. Em Santa Maria, será na quarta (27), às 19h, na Sinagoga Itzhak Rabin (Rua Otávio Binato, 49) — para saber como assistir, pede-se que entre em contato com a instituição. Em Erechim, ocorre na quinta (28), às 18h30min, no Salão de Atos da URI Erechim, com ingressos gratuitos. Em Quatro Irmãos, a sessão está marcada para as 19h de sexta (29), na Câmara Municipal, e é apenas para convidados.
Com 80 minutos de duração, o filme foi idealizado por Léo Steinbruch, com roteiro de Olindo Estevam (que também assina a direção) e Sérgio Mello. "O documentário resgata a história da baronesa e do barão de Hirsch e seu projeto visionário de libertar os primeiros imigrantes judeus que fugiam da miséria e da perseguição sofrida durante o czarismo na Rússia", diz o material do divulgação. Como se estivesse em um filme de estrada, Steinbruch, descendente de uma das primeiras famílias que chegaram à colônia agrícola de Philippson, no Rio Grande do Sul, em 1904, refaz os passos de seus antepassados. Com uma mochila nas costas, ele visita locais históricos, ouve depoimentos e investiga arquivos, procurando conectar o passado e o presente para desvendar o legado e o impacto das ações do barão e da baronesa.
Conforme o texto fornecido à imprensa, Moritz von Hirsch (1831-1896) foi um judeu alemão que se casou com a belga Clara Bischoffsheim (1833-1899). Através da participação na construção da icônica rota ferroviária do Expresso do Oriente, "tomaram conhecimento da extrema miséria e perseguições sofridas pelos judeus na Europa Oriental. Marcado pela morte precoce de seu único filho, Lucien, o casal decidiu eleger os judeus deserdados do mundo como seus herdeiros, se tornando responsáveis por um dos planos mais audaciosos de toda a história. Em 1892, o chamado Barão de Hirsch fundou a Jewish Colonization Association, a ICA, considerada até 1978 a maior fundação filantrópica do mundo, que colocou em prática seu plano de comprar terras em países livres, sem histórico de antissemitismo, para instalar comunidades judaicas e financiar emigrações em massa. Desta forma, ao lado da esposa, viabilizou a emigração de milhares de famílias da Rússia para estabelecimentos agrícolas inicialmente na Argentina, depois no Brasil, Canadá, EUA, entre outros países, se tornando conhecido como o Moisés das Américas".
No Brasil, as primeiras famílias chegaram em 1904 — por isso, em 2024 foram comemorados os 120 anos da imigração judaica no país. Após quase dois meses de viagem, 37 famílias vindas da Bessarábia (que hoje se divide entre a Moldávia e a Ucrânia) desembarcaram para viver na fazenda gaúcha Philippson, na região de Santa Maria. Em 1908, havia 299 habitantes. A colônia de Quatro Irmãos, mais ao norte do Estado, perto de Erechim e de Passo Fundo, foi fundada em 1911 e chegou a contar com mais de 350 famílias.
Terras Prometidas já tem outra sessão agendada em Porto Alegre, no dia 4 de dezembro, às 19h, no Auditório da Federação Israelita do Rio Grande do Sul. O documentário vai ser apresentado em Israel e nos EUA (em Nova York) e deve estar disponível em plataforma de streaming brasileira no primeiro semestre de 2025. Instituições culturais, educacionais e sociais interessadas em realizar exibições podem entrar em contato com a produção pelo e-mail documentario@terrasprometidas.com.br.
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