O jornalista Fábio Schaffner colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Com uma dívida consolidada de R$ 366 milhões, sendo mais da metade já empenhada e com vencimento a curto prazo, a prefeitura de Bagé promoveu o pagamento de supersalários nos últimos anos. Contracheques de seis dígitos eram embasados em pareceres jurídicos agora sob análise no Tribunal de Contas do Estado. Em agosto, por exemplo, um oficial administrativo cujo salário base é R$ 1,2 mil recebeu R$ 222 mil brutos (R$ 215 mil líquidos).
Boa parte desses recursos era paga a título de licença-prêmio, cujo desembolso passou de R$ 277 mil em 2021 para R$ 1,3 milhão em 2022, R$ 3,2 milhões em 2023 e R$ 3,9 milhões neste ano. Prestes a assumir o comando do município, Luiz Mainardi (PT) já pediu uma auditoria na folha de pagamento.
Atualmente, os gastos com pessoal consomem 68,89% da receita corrente líquida, muito acima dos 54% permitidos pela legislação. Após a renúncia do prefeito Divaldo Lara, no mês passado, o vice Mario Mena disse que demitiria 300 dos 357 CCs, mas cerca de 150 ainda seguem trabalhando.