Será com emoção a apuração dos votos em Porto Alegre. A última pesquisa Quaest de intenção de voto indica que nada está decidido e que o resultado está nas mãos de uma pequena parcela de indecisos (4%), de eleitores que admitem mudar o voto na última hora (20%) ou, ainda, daqueles hoje dispostos a votar nulo ou em branco (8%). Pelos números da pesquisa, o prefeito Sebastião Melo (MDB) pode ganhar a eleição no primeiro turno ou disputar o segundo com Maria do Rosário (PT) ou Juliana Brizola (PDT).
O prefeito tem 44% das intenções de voto, o que convertido em votos válidos dá 50%. Para vencer no primeiro turno é preciso ter 50% dos votos válidos, mais um. É preciso considerar, no entanto, que a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Melo teria, portanto, entre 41% e 47% dos votos totais.
Se a eleição for para o segundo turno, o cenário é igualmente incerto, porque Maria do Rosário e Juliana estão tecnicamente empatadas. A candidata do PT tem 22% e a do PDT 20%. Na série de três pesquisas, o cenário é favorável a Juliana, que vem em linha ascendente (foi de 11% para 20%), enquanto Maria do Rosário perdeu pontos a cada levantamento— de 31% na primeira para 22% na terceira.
O acompanhamento dos números mostra que o crescimento de Juliana se deu em cima dos eleitores de Rosário: os nove pontos que a candidata do PDT ganhou são exatamente o que a do PT perdeu. Isso explica por que Melo cresceu de 36% para 44%: indecisos que se definiram entre a primeira e a terceira pesquisa (eram 12% e agora são 4%) equivalem aos oito pontos que ele conquistou.
Outros dados da pesquisa são favoráveis ao prefeito. Por exemplo: independentemente do seu voto, 68% dos eleitores disseram acreditar que Melo vencerá a eleição. Só 12% apostam na vitória de Rosário e 6% na de Juliana. Dos entrevistados que assistiram ao debate na RBS TV, 19% acharam que ele se saiu melhor, enquanto 10% responderam Rosário, 8% Juliana e 60% não souberam opinar. Nos dois cenários de segundo turno, o prefeito leva vantagem sobre as adversárias. Com Maria do Rosário, a diferença é maior: 55% a 31%, com 3% de indecisos e 11% de brancos e nulos. No confronto direto com Juliana, Melo teria 49% e ela, 41%, com 3% de indecisos e 7% de brancos e nulos.
Para a intenção captada na pesquisa se transformar em votos (e levantamento se confirmar), é preciso que a abstenção fique dentro do esperado.
Além de a abstenção ser crescente nos últimos anos, nesta pesquisa 10% admitiram que não estão certos se irão votar. Em outra pergunta feita pela Quaest, 23% disseram que não estão nada interessados nas eleições. Outros 43% responderam que estão pouco interessados.
FICHA TÉCNICA
A Quaest, contratada pela RBS TV, realizou 1.002 entrevistas com eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 4 e 5 de outubro. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número RS-01213/2024.