Desde que o prefeito Sebastião Melo não quis se comprometer com o cumprimento integral do mandato, caso seja reeleito no dia 27 de outubro, paira no MDB e nos partidos adversários uma dúvida: será ele candidato a governador em 2026? No ar, Melo disse que é cedo para falar em 2026. No intervalo, lembrou que o vice-governador Gabriel Souza (MDB) e o deputado federal Luciano Zucco (PL) são candidatíssimos ao Piratini. Por que não dizer, então, que assume o compromisso de cumprir o mandato até o fim?
No MDB, prevalece a certeza de que o prefeito não brigaria outra vez com o partido, como fez em 2022, quando boicotou o resultado da convenção, que escolheu Gabriel como candidato a vice de Eduardo Leite, e apoiou Onyx Lorenzoni (PL). A única hipótese admitida no MDB, e ainda assim em caráter reservado, é o prefeito deixar o partido para concorrer a governador pelo PL, caso Jair Bolsonaro decida apostar em Zucco para o Senado e não ao Piratini. Hoje, quem pleiteia uma das vagas do Senado é o presidente estadual do PL, Giovani Cherini.
No discurso oficial de todos os líderes, a prioridade agora é o segundo turno da eleição municipal. Depois de fechadas as urnas, começarão a ser desenhados os cenários de uma possível reorganização partidária que terá impacto na eleição para o governo do Estado, o Senado e a Presidência da República.
Desde a redemocratização, só dois prefeitos de Porto Alegre renunciaram ao mandato 15 meses depois da posse para tentar o Piratini — e se deram mal. O primeiro foi Tarso Genro, em 2002. Tarso disputou uma prévia com o então governador Olívio Dutra e ganhou. Na eleição, vinha disputando o primeiro lugar com o ex-governador Antônio Britto (PPS, hoje Cidadania), até que Germano Rigotto (MDB) veio correndo por fora, chegou em primeiro lugar no primeiro turno e venceu a eleição no segundo.
O outro foi José Fogaça (MDB) em 2010. Fogaça formou uma aliança considerada imbatível, tendo Pompeo de Mattos (PDT) como vice, mas a chapa perdeu potência e Tarso Genro ganhou aquela eleição no primeiro turno.
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