Será conhecido nesta quarta-feira (30), nos detalhes, o Plano de Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável do Rio Grande do Sul. Por que um nome tão longo? Porque o governo decidiu fazer um plano de longo prazo e tem consciência de que essas três palavras precisam caminhar juntas por sintetizarem um projeto de Estado que deve ir além do mandato de Eduardo Leite.
Fruto de meses de discussão em grupos de trabalho com a participação de servidores de diferentes secretarias, consultores da McKinsey, que fez o diagnóstico da situação do Estado, e de representantes do setor privado e das universidades, o plano é o mais ambicioso da história do Rio Grande do Sul.
— Nos últimos anos tivemos sobra de diagnósticos. Do Plano Sayad à Agenda 2020, identificamos os problemas e os desafios, mas não tivemos um trabalho de fôlego para orientar o desenvolvimento — diz o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, lembrando que o plano deve ser uma espécie de bússola para além de 2040.
Nesta quarta, serão conhecidas as áreas estratégicas às quais o governo quer dar prioridade. Tecnologia, naturalmente, está entre elas, mas não é a única. A ideia é respeitar as vocações regionais, buscar investimentos ligados à sustentabilidade, como parques eólicos e de energia solar, biocombustíveis ou indústrias capazes de aumentar a produtividade em setores tradicionais, caso do agro, que é um dos pilares de sustentação da economia gaúcha.
Na esteira da Scala, que anunciou um investimento bilionário em um Datacenter em Eldorado do Sul, o plano de desenvolvimento deve trazer políticas de incentivos a projetos com foco no uso da inteligência artificial. Estruturado em cinco eixos, chamados de “habilitadores”, o plano prevê uma série de projetos distribuídos em formação de capital humano, infraestrutura e logística, recursos naturais, inovação e ambiente de negócios.
Para prospectar a negociar investimentos foi criada uma Agência de Desenvolvimento, a Invest RS. Seus diretores responderão ao presidente, Rafael Prikladnicki, ex-diretor do Tecnopuc. A agência é uma organização social com estrutura independente do Estado, mas que atuará em sintonia com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, na captação de investimentos. Os servidores estaduais não puderam participar da seleção para trabalhar na agência porque a ideia era atrair gente nova.