Em reunião para ouvir os deputados federais gaúchos, o ministro dos Transportes, Renan Filho, acenou nesta terça-feira (6) com a prorrogação do contrato da Ecosul até 2029 em troca da redução da tarifa do pedágio, que hoje está em R$ 19,60 a cada passagem nas BRs 116 e 392. Renan Filho indicou que o valor poderia cair para algo em torno de R$ 9, sem a exigência de obras e investimentos pela concessionária no período adicional.
Antes de bater o martelo e apresentar uma proposta concreta, o ministro disse que pretende conversar com o governador Eduardo Leite e com a própria Ecosul, para saber o que ele pensa e se a empresa aceita a redução da tarifa em troca da prorrogação. Por fim, Renan prometeu levar a questão ao presidente Lula e ao ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta.
Deputados que acompanharam a reunião esboçaram reações divididas sobre a proposta. De um lado, uma parte dos parlamentares considerou razoável a iniciativa. Outros deputados, porém, sinalizaram que preferem esperar até 2026, quando se encerra a concessão e data em que, em tese, o governo federal terá de fazer novo processo licitatório com exigência de obras e tarifa menor.
— Não há ambiente para prorrogação do contrato — argumenta o deputado Daniel Trzeciak (PSDB), dizendo que não considera aceitável a prorrogação da concessão se o valor da tarifa não for drasticamente reduzido.
Ex-prefeito de Rio Grande, o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT) defende a realização de audiências públicas para ouvir a opinião de líderes comunitários, empresários e autoridades da Região Sul.
— Temos divergências, mas temos consenso para ouvir a região antes de dar uma posição definitiva ao ministério — sugere Lindenmeyer.
Além de Lindenmeyer e Trzeciak, participaram da reunião os deputados Afonso Hamm (PP), Alceu Moreira (MDB) e Pompeo de Mattos (PDT), e o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco.
Em dezembro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou reajuste de 28% no pedágio da Ecosul, fazendo com que a tarifa para carros subisse de R$ 15,20 para R$ 19,60. O aumento causou indignação e protestos de políticos e empresários.