O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Prefeitos de todo o Brasil vão escolher nesta sexta-feira (1º) o futuro presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Maior entidade municipalista do país, a instituição congrega mais de 4,6 mil associados e é responsável por defender os interesses das prefeituras junto ao governo federal e ao Congresso.
Líder da CNM em 24 dos últimos 27 anos, o gaúcho Paulo Ziulkoski tenta se eleger para o nono mandato. Ex-prefeito de Mariana Pimentel, Ziulkoski vinha sendo ungido por consenso, mas neste ano enfrenta uma chapa de oposição, liderada pelo 1º vice-presidente da entidade, o mineiro Julvan Lacerda, ex-prefeito de Moema (MG). Ambos são filiados ao MDB.
Embora seja ligado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é próximo do governo Lula, Lacerda promete conduzir a entidade com autonomia.
— Fui presidente da associação de municípios de Minas e tirei o vínculo que ela tinha com o governo do Estado. Tivemos uma relação de parceria, mas não de ingerência. Assim que vai ser. Queremos que a pauta da CNM seja construída em conjunto, ouvindo mais os prefeitos — afirma.
Mesmo em campanha, Ziulkoski tem evitado conceder entrevistas sobre a eleição. Nas conversas com os prefeitos, ele tem frisado que quer manter a entidade com postura de independência em relação ao Palácio do Planalto e contesta os argumentos da oposição, que o acusa de impedir a renovação na entidade.
— Dizem que sou velho, mas isso é sinônimo de coisa ruim? Velho não é velhaco. Temos que ter autoridade e firmeza para continuar atuando na defesa dos municípios — afirmou, em pronunciamento na quarta-feira (28), em evento da Famurs.
A votação para a escolha do presidente da CNM para o triênio 2024-2027 será pela internet, das 8h às 18h, e terá acompanhamento de uma auditoria externa. O resultado deverá ser divulgado ainda na sexta-feira.
Aliás
Principal apoiador de Julvan Lacerda no Rio Grande do Sul, o prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata (PDT), se tornará um dos vice-presidentes da CNM em caso de vitória do mineiro.