O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em referência aos 60 anos do golpe militar de 1964, uma estátua de bronze em tamanho real do ex-presidente João Goulart (veja abaixo) será erguida próximo à Rótula das Cuias e à Orla do Guaíba, em Porto Alegre. A data de inauguração do monumento ainda não foi definida porque, antes da instalação, ainda será preciso fazer a terraplenagem do terreno.
A escultura foi encomendada pela Fundação Caminho da Soberania, presidida pelo procurador e ex-deputado Vieira da Cunha. A obra custou R$ 100 mil e foi produzida pelo escultor fluminense Otto Dumovich, a partir de doações à fundação, cuja finalidade é preservar a memória de líderes trabalhistas como Jango, Leonel Brizola e Getúlio Vargas. Dumovich é o mesmo autor da estátua de Brizola, localizada ao lado do Palácio Piratini.
Para preparar o terreno e instalar o monumento de Jango, serão necessários mais R$ 120 mil.
— Esse ano é especial, são 60 anos do golpe militar, é um ano que consideramos propício para fazer essa homenagem e reafirmar o compromisso com a democracia. Junto a outros líderes, o Jango foi a grande vítima do golpe militar de 1964 — observa Vieira da Cunha.
Inicialmente, a ideia era instalar a estátua próximo à Usina do Gasômetro, na Avenida João Goulart. No entanto, a empresa que administra a área não teria concordado com a iniciativa.
A solução encontrada foi um triângulo localizado entre as avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Aureliano de Figueiredo Pinto, que fica nas imediações da sede do Ministério Público estadual. Vieira da Cunha conversou com o prefeito Sebastião Melo e recebeu aval dos técnicos da prefeitura para a instalação.
A colocação da estátua de Jango deverá integrar a programação alusiva aos 60 anos do golpe de 1964. Uma série de atos referentes à data serão organizados por ativistas dos Direitos Humanos, como Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Sergio Luiz Bittencourt, presidente da Associação de ex-Presos Políticos, e Lino Brum, irmão do militante desaparecido Cilon Brum.