Militando há décadas pela redução da violência nas estradas, a diretora institucional do Detran, Diza Gonzaga, realizou nesta segunda-feira (25) um sonho pelo qual batalhou nos últimos anos: a inauguração de uma sede física para o projeto Escola Pública de Trânsito, que irá oferecer aulas e dinâmicas em grupo para motoristas, ciclistas e pedestres de todas as idades a partir de outubro.
A escola funcionará na Rua Lopo Gonçalves, número 555, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Responsável pela área institucional do Detran desde 2019, Diza conta que o projeto precisou ser adiado pelo menos duas vezes. Primeiro, em razão da pandemia. Depois, pelo incêndio que consumiu o prédio da Secretaria da Segurança Pública, onde também funcionava o departamento.
Os cursos da Escola Pública de Trânsito já existiam na modalidade online. Com o espaço físico, a ideia é que sejam ministradas aulas a públicos variados, desde crianças do Ensino Infantil até servidores públicos e funcionários de empresas privadas. As atividades são gratuitas e a finalidade do projeto, diz a diretora, é tornar o trânsito "mais humano e menos violento".
— Hoje o cidadão recebe só a formação na hora de tirar a habilitação, mas tem atores do trânsito que vão passar a vida inteira sem tirar habilitação, como ciclistas, passageiros, pedestres, e podem ficar sem esse contato com a preservação (da vida no trânsito). Nós queremos inovar para que a escola seja atrativa — explica Diza.
As aulas serão conduzidas por um grupo de servidores com formação pedagógica. O Detran pretende fazer parcerias com as prefeituras para levar a escola de trânsito para o Interior, além de receber na sede física grupos de diferentes regiões do Estado.
Por ora, o espaço onde funcionará o projeto será alugado pelo Estado, mas a diretora não descarta que a escola possa funcionar em imóvel próprio no futuro.
Embora a criação de escolas públicas de trânsito esteja prevista no Código Brasileiro de Trânsito, a implementação do projeto no Rio Grande do Sul se dará por decreto assinado pelo governador Eduardo Leite. Na sequência, o governo deverá enviar projeto de lei à Assembleia Legislativa, para assegurar que a iniciativa seja permanente, indiferente a mudanças de humores e governos.
— Vamos construir um projeto de lei com a assessoria jurídica para garantirmos que a escola tenha continuidade para atender aos municípios e todos os públicos — adianta Diza Gonzaga.
Até o final do ano, a escola deverá oferecer os seguintes cursos presenciais:
- Curso de agentes de Trânsito
- Curso de formação de examinadores
- Curso Tudo junto e misturado
- Repensando o trânsito
- Clube de leitura