A se confirmar a entrada do Republicanos no governo Lula, com a indicação de Silvio Costa para um ministério, o deputado federal Luciano Zucco pedirá uma espécie de carta de alforria para trocar de partido. Na próxima terça-feira (15), Zucco conversará com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que está em viagem oficial a Israel, para expor sua insatisfação.
Bolsonarista convicto e amigo do general Hamilton Mourão e do governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, Zucco tem ouvido dos dois que também pensam em procurar a porta da rua se o Republicanos formalizar a entrada na base do governo Lula. O deputado já está incomodado porque boa parte da bancada do seu partido tem votado com o governo, mesmo sem ocupar um ministério.
O destino provável de Zucco é o PL de Jair Bolsonaro, já que todos os outros grandes partidos de direita têm um pé no governo. É o caso do Progressistas, que no Rio Grande do Sul quer distância de Lula, mas nacionalmente tem adeptos da entrada no governo.
Mourão teria manifestado a possibilidade de entrar no Novo. Tarcísio teria, além do PL, um convite de seu secretário Gilberto Kassab para entrar no PSD, um partido que também tem laços com o governo Lula.
Os senadores e governadores podem trocar de partido sem qualquer prejuízo. Já os deputados correm o risco de perder o mandato por infidelidade, a menos que recebam uma autorização especial da direção para sair.
Irmão do tenente-coronel, o delegado Rodrigo Zucco, deputado estadual, nem pensa em sair do Republicanos. Diz que nunca será governista e que, mesmo o partido entrando no governo, a representação do Rio Grande do Sul seguirá sendo oposição.