Contrariados com a proposta do Piratini para a reestruturação do IPE Saúde, vereadores de diferentes municípios e ligados à Brigada Militar e ao Corpo de Bombeiros pressionam pela retirada de urgência do projeto. Nesta quinta-feira (25), um grupo de parlamentares se reuniu com o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e com o líder do governo, Frederico Antunes.
Além de pedir ao Piratini para que retire a urgência para "aprofundar a discussão" do projeto, a Frente Parlamentar de Vereadores Policiais e Bombeiros Militares do Estado reivindica a reposição das perdas causadas pela inflação nos últimos nove anos. Em 2022, a Assembleia aprovou revisão geral de 6% para o funcionalismo, mas entidades sindicais estimam que a defasagem salarial chega a 60%.
Os vereadores militares afirmam que a proposta para o IPE sobrecarrega os servidores. Além disso, argumentam que o governo tem débitos pendentes com o instituto.
— O governo sempre encontra uma saída taxando mais e reduzindo os subsídios dos militares estaduais. Tudo passa expressamente pela reposição das perdas inflacionárias, isso é devido a todos os servidores públicos — afirma o presidente da frente, José Clemente, que também é vereador em Uruguaiana.
Conforme Clemente, a frente de vereadores ainda não tem uma posição fechada a respeito da proposta defendida pelas associações militares, que pedem a criação de um plano alternativo para brigadianos e bombeiros. O tema não foi tratado com o chefe da Casa Civil nesta quinta-feira.
Governo afasta retirada de urgência
Artur Lemos confirma que uma das demandas apresentadas pelos vereadores foi a reposição salarial, "na mesma esteira dos outros sindicatos". Sobre a retirada da urgência, o secretário indicou que o governo não cogita recuar.
— O que eles reivindicaram foi uma discussão salarial e abertura de diálogo, e a retirada de urgência para melhor discussão, mas a gente mencionou que a urgência está com o IPE na busca de solução — diz Lemos.
Frederico afirma que a tendência é de que a urgência seja mantida. O líder do governo observa que, antes de o Piratini enviar o projeto à Assembleia, a proposta preliminar foi debatida durante semanas por entidades e partidos, que fizeram sugestões.
O projeto do IPE será votado a partir de 20 de junho, quando passa a trancar a pauta no plenário.
— A nossa margem é pequena de possibilidade de fazer qualquer mudança além daquelas que foram feitas. Os deputados é que vão decidir.