Impedida de assinar o contrato de compra da Corsan pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, a Aegea apresentou nesta terça-feira (23) ao governador Eduardo Leite seus planos de investimento em saneamento, tão logo seja autorizada a formalização do negócio.
Os executivos reafirmaram a intenção de investir R$ 1 bilhão neste ano e R$ 1,5 bilhão a partir de 2024 para melhorar o saneamento nos 317 municípios que hoje têm contrato com a Corsan. O investimento de R$ 1 bilhão no primeiro ano de contrato representa mais que o dobro do que foi aplicado nos últimos anos pela Corsan.
— Fomos dizer ao governador que estamos prontos. Vamos começar a investir no dia seguinte à assinatura do contrato e detalhamos esses investimentos na reunião com o governador — disse o vice-presidente regional da Aegea, Leandro Marin, confiante de que os obstáculos que impedem a consumação da venda serão removidos nos próximos dias.
Marin se baseia na decisão judicial que derrubou a liminar e liberou a venda com base em um parecer do Tribunal de Contas do Estado:
— Se o Tribunal de Justiça usou um parecer técnico do Tribunal de Contas para decidir, por que o TCE não usaria? — questiona Marin.
Leite disse que a privatização da Corsan ajuda a recuperar o atraso que existe em relação ao saneamento básico. Para ele, a presença da inciativa privada é necessária para garantir os investimentos:
— A população, em especial a mais pobre, não precisa simplesmente de empresas públicas de saneamento. Ela precisa que o saneamento funcione. O que se vislumbra a partir da privatização é uma aceleração muito grande desses investimentos, que levariam décadas para serem feitos se mantivéssemos a Corsan pública.
Participaram do encontro o diretor-presidente da Aegea, Radamés Cassab, o diretor-financeiro, André Pires, o vice-presidente regional, Leandro Marin, e o diretor de Relações Institucionais, Fabiano Dallazen. Pelo lado do governo, participou também o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa.