Na entrevista em que o governador Eduardo Leite anunciou a prorrogação do prazo de validade de concursos públicos que estariam por vencer e a nomeação de aprovados na área da segurança pública, o repórter Gabriel Jacobsen perguntou por que a diferença de tratamento em relação à educação. Leite deu uma explicação que tem lógica, mas não convence os professores. Eles também gostariam de ter um cronograma para as nomeações, mas sabem apenas que haverá um concurso para 1.500 vagas neste semestre e, talvez, outro no segundo semestre.
O governador disse que há uma diferença básica entre os servidores da área de segurança e os educadores. Que, no primeiro caso, são reposições de pessoas que se aposentaram ou deixaram o serviço público. Há, ainda, vagas novas para reforço de efetivo. Se não houver a nomeação de um aprovado em concurso, o posto fica vazio, com prejuízo para a população.
Já os professores aprovados no concurso substituirão colegas contratados em caráter emergencial e, portanto, daria “elas por elas” para os alunos.
Para os alunos, sim. Para os professores, não. O contrato emergencial tem um vínculo precário. Quando sai, o professor não tem direito a praticamente nada. Por isso, os contratados fazem concurso: querem entrar para o quadro do Estado, mesmo que a reforma administrativa tenha reduzido as vantagens que o plano de carreira anterior oferecia.
Leite diz que o problema para acelerar as nomeações de professores não é nem a situação fiscal do Estado, já que um concursado substituirá um contratado, mas a necessidade de evitar transtornos nas escolas, com a troca de centenas de docentes ao mesmo tempo.
Não está nos planos do governo substituir todos os professores contratados, até porque ano a ano, pela redução da natalidade, cai o número de matrículas nas escolas públicas. O governo atual, como o anterior, de José Ivo Sartori, entende que não há sentido nomear professores que ficarão no quadro por mais de 20 anos, e depois passarão à condição de inativos, sem saber qual será a real necessidade nas próximas décadas.
Encontro de feministas
A deputada federal Daiana Santos e a ex-deputada Manuela D'Ávila (ambas do PCdoB) , embarcam nesta quarta-feira (29) para o México. As duas vão representar o Brasil no lançamento da Frente Internacional Feminista, que será realizado na Cidade do México, de 30 de março a 1º de abril.
Do encontro, participam mais de cem líderes feministas.