Na manhã de terça-feira (28), a Presidência da República fez chegar ao governador Eduardo Leite a confirmação de uma audiência com o presidente Lula no final da tarde desta quarta-feira (1°) para tratar da pauta da estiagem do Rio Grande do Sul. Leite juntou os documentos consolidados após a visita de um grupo de ministros ao Rio Grande do Sul e voou para Brasília. Incluiu na agenda um encontro com a direção da Unesco, que sozinho não justificaria a viagem.
No início da noite, a audiência com Lula foi desmarcada sem maiores explicações. O governador passou, então, a tentar encontros com os ministros próximos do presidente para, no mínimo, entregar os documentos. Tentou o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e levou um carão. Para não perder a viagem, insistiu numa conversa com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, mas não obteve sucesso.
O máximo que Leite conseguiu até aqui foi uma conversa com o secretário de Assuntos Federativos, André Ceciliano, que não tem poder para resolver as intrincadas questões que envolvem o socorro aos produtores atingidos pela estiagem nem os programas conjuntos com o governo estadual para a adoção de medidas estruturantes.
Até o momento, não há previsão de audiência com Lula. O encontro foi uma sugestão do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, imediatamente aceito por Leite.
Na semana passada, quando os ministros vieram a Hulha Negra, Leite hesitou em encontrá-los, alegando que tinha sido avisado de última hora. Por fim, rearranjou a agenda e foi ao encontro dos representantes do governo federal, convencido por assessores de que jamais as questões políticas deveriam se sobrepor à necessidade de socorrer os produtores atingidos pela estiagem.
Lula, que prometera não discriminar adversários, deixou no ar a sensação de que, neste caso, discurso e prática estão andando de lado. No horário previsto para a audiência cancelada com Leite o presidente não tinha nenhum compromisso na agenda.
Veja o ofício levado a Brasília pelo governador: