A executiva estadual do PT rejeitou por unanimidade, nesta segunda-feira (27), o recurso apresentado pelo vereador de Porto Alegre Marcelo Sgarbossa. Com isso, foi mantido o teor da decisão da executiva de Porto Alegre que recusou a filiação do vereador ao partido. O parlamentar ainda vai recorrer ao PT nacional.
A reunião que analisou o recurso ocorreu na sede do diretório estadual, em Porto Alegre. Sgarbossa teve cerca de 20 minutos para fazer a defesa oral. Ao final, os 18 membros votantes decidiram manter a decisão da executiva de Porto Alegre.
À coluna, o vereador confirmou que vai ingressar com recurso em até 10 dias:
— A executiva estadual abriu mão de analisar os fatos e preferiu encerrar um capítulo, transmitindo para a nacional a decisão — afirmou.
Se tiver a filiação rejeitada pela legenda, Sgarbossa pode perder a cadeira na Câmara de Vereadores caso o partido ingresse na Justiça Eleitoral pedindo a cadeira. Por enquanto, ele segue no mandato, mesmo sem partido.
A presidente estadual do PT, Juçara Dutra Vieira, disse que a sigla ainda vai aguardar o final do caso para discutir o assunto:
— Vamos aguardar os próximos passos, ele ainda tem direito de recorrer. Não vamos tomar nenhuma atitude neste momento.
Na votação, pesou contra Sgarbossa um episódio ocorrido na semana passada, no qual o vereador se envolveu em uma discussão na Câmara com duas militantes do partido, que o acusaram de cometer violência política. O vereador refuta a acusação e diz que é vítima de uma acusação injusta.
Entenda o caso
Duas vezes vereador pelo PT em Porto Alegre, Marcelo Sgarbossa ficou na segunda suplência do partido em 2020. No ano passado, ele deixou o PT e se filiou ao PV, argumentando que foi incentivado por petistas a fazer esse movimento para ajudar a fortalecer a aliança de Edegar Pretto na disputa ao governo do Estado.
Na eleição de 2022, os vereadores titulares Laura Sito e Leonel Radde foram eleitos deputados estaduais, o que abriu vaga para Sgarbossa na Câmara.
Ele retornou ao PT e assumiu o mandato, mas teve a filiação impugnada por Adeli Sell e Everton Gimenis, que são os próximos na lista de suplência do partido. Os dois acusam o vereador de cometer infidelidade partidária por ter passado pelo PV em 2022.
O retorno de Sgarbossa aos quadros do PT foi vetado pela executiva municipal em fevereiro.