O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Faltando cinco meses para a convenção estadual, a disputa pelo comando do Progressistas (PP) no Rio Grande do Sul já está deflagrada internamente. Anunciada desde o ano passado, a saída de Celso Bernardi, que lidera o partido desde 2011, abre espaço para que dois jovens líderes pleiteiem o comando do PP. De um lado está o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, 32 anos, reeleito com mais de 85% dos votos em 2020. De outro, o deputado federal Covatti Filho, 35, ex-secretário estadual da Agricultura que está em seu terceiro mandato na Câmara.
Menos conhecido no interior, Pascoal largou na frente e está desde o final do ano passado em um périplo pelo interior, visitando prefeitos, vereadores e líderes municipais do PP. Covatti, por sua vez, atua nos bastidores e pretende ampliar os movimentos explícitos de campanha nas próximas semanas.
No momento, o prefeito de Esteio contabiliza o apoio de cinco dos sete deputados estaduais (Guilherme Pasin, Marcus Vinicius Almeida, Joel Wilhelm, Adolfo Brito e Issur Koch), do secretário do Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, e do deputado federal Pedro Westphalen.
Covatti evita mencionar nomes, mas trabalha para reverter alguns desses apoios e afirma que está trabalhando para lançar um "movimento coletivo" nos próximos dias em prol da renovação partidária.
Embora o PP seja o maior partido do Estado em número de prefeitos e vereadores, a contenda pelo comando tem ares de novidade. A última disputa pela presidência ocorreu há 15 anos, quando Jerônimo Goergen derrotou Afonso Hamm.
Nos últimos anos, o partido manteve-se unido em torno de Bernardi, que é respeitado pelas diferentes correntes internas e oferece dedicação integral à agremiação. O ex-deputado evita falar em público sobre a sucessão, mas seu apoio a Pascoal é dado como certo, inclusive por Covatti.
No sábado, Bernardi participou de um evento partidário da região da Costa Doce, no qual o deputado Marcus Vinícius Almeida declarou publicamente o apoio ao prefeito de Esteio.
De acordo com o cronograma do partido, as convenções municipais, em que serão escolhidos os membros de diretórios locais e os delegados que terão poder de voto para a presidência, serão entre maio e junho. A convenção em que será eleito o novo presidente do PP está prevista para o dia 19 de agosto.
Aliás
Uma solução salomônica está sendo aventada por apoiadores de Leonardo Pascoal para evitar a disputa interna no PP: o prefeito de Esteio ficaria com a presidência estadual do partido, enquanto Covatti Filho seria o líder no Rio Grande do Sul da federação entre PP e União Brasil, que está prestes a ser formalizada pela cúpula nacional. Por ora, o deputado federal rejeita essa hipótese.
O que dizem os candidatos
Por que ser presidente do PP?
Queremos fazer uma presidência compartilhada e dar voz ao Interior nas decisões partidárias. Vamos prestigiar a nossa base, fazer uma executiva e um diretório compartilhados. Será uma renovação não apenas de nomes, mas das estruturas partidárias com foco nas eleições municipais e no fortalecimento do partido para 2026.
Vamos preservar o legado do presidente Celso e colocar o partido em um novo momento. Nosso projeto visa a unidade partidária, para que o PP possa congregar os diferentes projetos que existem dentro dele, sem privilegiar um grupo específico. Queremos manter a hegemonia nos municípios e retomar o protagonismo no âmbito estadual.