Um dia depois da confirmação do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, de que permanecerá no cargo, o recado que fica para os demais aliados é de que podem transgredir à vontade. Para os brasileiros em geral, a percepção é de que vale tudo para não perder no Congresso os votos do União Brasil, partido que ainda não está 100% fechado com o governo. Ao contrário, mantém um pé no governo, outro na oposição e se declara independente.
O União tem dois ministérios para chamar de seus (Comunicações e Turismo, com Daniela do Waguinho) e um terceiro entregue a Waldez Góes, com a combinação e que trocaria o PDT por esse condomínio resultante da fusão do DEM com o PSL. Nesta terça-feira (7), o líder do partido na Câmara disse que em entrevista à GloboNews que o União manterá a posição de independência, mesmo com a permanência de Juscelino, que vem a ser uma indicação do senador David Alcolumbre.
Trocando em miúdos, Lula fica com o desgaste e o União Brasil com os cargos. Na hora das votações, o partido, como costumam fazer os membros do centrão, pedirá mais, mais e mais.
O presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), a quem Lula apoiou por falta de opção viável e garantiu-lhe uma votação recorde, disse uma obviedade: Lula não tem votos garantidos no Congresso nem para aprovar projetos que exigem maioria simples, quando mais mudanças constitucionais, como a reforma tributária, para as quais são necessários três quintos dos votos.
Interpretada como pressão para manter Juscelino, a frase de Lira não tem subtexto: é a realidade de hoje. Por isso mesmo, a ideia de que seja possível aprovar a reforma tributária ainda no primeiro semestre não passa de miragem. A reforma é necessária, todo mundo concorda que deve ter prioridade, mas faltam votos. Diferentemente do slogan do Tribunal Superior Eleitoral (voto não tem preço, tem consequência), no Congresso voto tem preço e consequência.
Perturbação Familiar
O escândalo envolvendo os diamantes da Arábia Saudita pode ser a explicação para a perturbação de dois dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio e o deputado Eduardo.
Na manhã desta terça-feira, Flávio postou no Twitter que o pai, a quem chamou de Johnny Bravo, retornaria ao Brasil dia 15 de março, e que os patriotas poderiam começar a preparar as bandeiras. Quatorze minutos depois, corrigiu: essa era uma hipótese, mas não estava confirmada. E atribui a postagem à saudade.
Eduardo, o Zero Três, reproduziu uma notícia do Correio Braziliense que dizia: “Litro da gasolina custa R$ 11,56 no interior do Acre”. A título de comentário, escreveu: “R$ 11,56 o litro de muito amor, democracia, diálogo, harmonia e instituições #FazoL”.
Detalhe: a notícia sobre a gasolina a R$ 11,56 era de 11 de março de 2022. Quando se deu conta, ele apagou a postagem.