
Apesar de cada instituto ter a sua própria metodologia, o que não recomenda comparar uma pesquisa com outra, o Datafolha divulgado no final da tarde desta quinta-feira (18), está em sintonia com os dados do Ipec, divulgados na última segunda (15). Embora a vantagem do ex-presidente Lula (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha caído na comparação com o levantamento anterior do Datafolha, a diferença ainda é superior à detectada pelo Ipec. Respeitada a margem de erro, os dois institutos trouxeram resultados idênticos.
No Datafolha realizado entre os dias 16 e 18 de agosto, com 5.744 eleitores, Lula tem 47%, Bolsonaro, 32%, Ciro Gomes, 7% e Simone Tebet (MDB), 2%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A vantagem de Lula é de 15 pontos percentuais. No levantamento anterior, divulgado em julho, era de 18 pontos.
No Ipec, Lula tinha 44% e Bolsonaro os mesmos 32% do Datafolha, o que significa uma diferença de 12 pontos a favor do petista. Ciro apareceu com 6%, Simone com 2% e Vera Lúcia (PSTU), 1%. Neste pelotão intermediário, só o percentual de Ciro muda um pouquinho no Datafolha e vai a 7%.
Assim como na pesquisa do Ipec, no Datafolha chama atenção a incapacidade dos demais candidatos de quebrarem a polarização Lula x Bolsonaro e, no caso da maioria, de sair da estaca zero. Dos 12 candidatos registrados, sete não pontuaram.
Nesse grupo estão desconhecidos de partidos nanicos e velhos conhecidos dos brasileiros que disputam a eleição por partidos com representação no Congresso. A turma do zero à esquerda é formada por Roberto Jefferson (PTB), Eymael (Democracia Cristã), Felipe D’Avila (Novo), Pablo Marçal (Pros), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP) e Soraya Thronicke (União Brasil).
Na simulação de segundo turno, o fenômeno se repete: Lula teve 51% e Bolsonaro, 35% no Ipec. No Datafolha, Lula tem 54% e Bolsonaro chega a 37%.
Mais uma vez se confirma que o principal adversário do presidente da República é ele mesmo. Seu índice de rejeição é de 51%, ante 37% de Lula.
Se a eleição fosse hoje e os candidatos fizessem os percentuais indicados na pesquisa, Lula venceria no primeiro. Faltam, no entanto, 45 dias para o primeiro turno. É cedo demais para cantar vitória ou chorar a derrota. Na próxima semana começa a propaganda de rádio e TV, virão os debates (poucos), as entrevistas e a campanha mais pesada de todos os tempos, nas ruas, nas redes sociais e no subterrâneos da internet.
ALIÁS
Na simulação de segundo turno, Lula aparece bem à frente de Bolsonaro no Nordeste (65% a 25%) e no Sudeste (52% a 37%), mas os dois estão tecnicamente empatados no Sul, no Norte e no Centro Oeste. Lula leva vantagem entre as mulheres (56 a 34%) e Bolsonaro entre os homens (51% a 39%).