Com cinco pretendentes disputando seu apoio, o que significa ter a ex-senadora Ana Amélia Lemos na chapa, como candidata ao Senado, o PSD escolherá entre o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e o deputado estadual Gabriel Souza (MDB). Na peneira, foram excluídas as possibilidades de aliança com Beto Albuquerque (PSB), Vieira Cunha (PDT) e Roberto Argenta (PSC).
Antes de bater o martelo, o PSD encomendou uma pesquisa qualitativa para avaliar qual é a melhor parceria para o projeto de conquistar a única vaga em disputa para o Senado. A quem lhe pergunta qual a sua preferência, Ana Amélia responde que a decisão será coletiva e que, no partido, ela tem apenas um voto. O fato de ser cortejada por cinco candidatos é considerado um sinal de aceitação no seu nome nesse amplo leque partidário.
— O peso dessa decisão é enorme e não pode ser pessoal. Não temos segundo turno na eleição de deputado estadual, federal e senador e isso precisa ser levado em conta — diz a ex-senadora, que entrou no PSD neste ano e não quer impor sua vontade.
O PSD tem dois deputados no Rio Grande do Sul, o federal Danrlei de Deus e o estadual Gaúcho da Geral, ambos eleitos com a força dos torcedores do Grêmio. O principal ativo de Ana Amélia são seus oito anos de mandato como senadora (2011-2018) e uma vida dedicada ao jornalismo. Foi por esse histórico que o presidente Gilberto Kassab a convidou para ingressar no PSD, ao saber que ela ficara sem condições de continuar no PP.
Apesar de pequeno no Rio Grande do Sul, o PSD está dividido e, como todos os que ainda não se definiram, corre contra o tempo. As convenções começam no dia 20 de julho — a do partido está marcada para 1° de agosto. A agremiação ocupa a Secretaria de Esportes no governo de Ranolfo Vieira Júnior, com a presidente Letícia Boll, que sucedeu Danrlei. Como já garantiu o apoio do União Brasil, a chapa encabeçada por Leite terá mais tempo de TV do que o MDB, mas o partido de Gabriel Souza tem como principal atrativo a maior capilaridade, com o segundo maior número de prefeitos e vereadores, atrás apenas do PP.
Confira as datas de locais das convenções:
- PSC: 20/07, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
- PL: 22/07, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
- SD: 22/07, na Câmara Municipal de Porto Alegre.
- Novo: 23/07, no Blue Tree Towers Millenium.
- Republicanos: 23/07, na Câmara Municipal de Porto Alegre.
- PSB: 23/07, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
- PT, PCdoB e PV (federação): 24/07, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
- PSOL: 24/07, no Salão de Eventos da Barros Cassal.
- Podemos: 24/07, na Câmara Municipal de Porto Alegre.
- PP: 30/07, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
- PSTU: 30/07, no auditório do CPERS (Av. Alberto Bins 480, 9°andar).
- PDT: 30/07, na Câmara Municipal de Porto Alegre.
- MDB: 31/07, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
- PTB: 31/07, na Câmara Municipal de Porto Alegre.
- PSDB e Cidadania (federação): 31/07, em local a definir.
- PSD: 01/08, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
Nadine descarta candidatura ao Senado
Preferida do PSDB para uma eventual candidatura ao Senado, caso Ana Amélia Lemos (PSD) concorra por outra coligação, a ex-chefe de Polícia Nadine Anflor descarta essa hipótese e reafirma que vai concorrer a deputada estadual:
— Fico feliz que o meu trabalho e a força da minha pré-candidatura à deputada acabem gerando esse tipo de especulação. Mas é apenas isso, especulação. Primeiro porque estou 100% focada na Assembleia e feliz com o crescimento que sinto da nossa pré-campanha. E segundo porque tenho certeza que a senadora Ana Amélia estará conosco e será eleita ao Senado junto com o governador Eduardo Leite.
Estimulador sim, mentor não
O ex-ministro Eliseu Padilha discorda do termo “mentor”, usado pela coluna para se referir a sua relação com o pré-candidato do MDB a governador, Gabriel Souza.
— Nos últimos 40 anos fui e sou estimulador da participação política de filiados no MDB em eleições dos poderes Legislativo e Executivo. Por seu mérito pessoal, muitos dos estimulados ascenderam rapidamente, o que muito me gratifica. Sou estimulador, não sou mentor de ninguém — diz o ex-ministro.