A aprovação unânime na Assembleia (46 votos) do projeto que institui o programa Todo Jovem na Escola e regulamenta o pagamento da bolsa-auxílio de permanência de R$ 150 para alunos de Ensino Médio é um sinal positivo de que, ganhe quem ganhar a eleição de 2022, esse estímulo vai continuar. Não é nenhuma fortuna, mas pode fazer a diferença na vida das famílias mais vulneráveis, que muitas vezes tiram os filhos da escola para fazer bicos que ajudem no sustento da família.
Parte do programa Avançar na Educação, o pagamento das bolsas será feito por volta do dia 20 de dezembro, com um crédito no mesmo Cartão Cidadão em que será devolvida uma parte do ICMS pago pelas famílias mais carentes. Como serão pagas as parcelas de novembro e dezembro, significa que essas famílias passarão o Natal com R$ 300 a mais por filho que esteja frequentando o Ensino Médio. O cartão pode ser retirado até o dia 16 de dezembro.
Previsto para durar até o final de 2022, o benefício para cerca de cerca de 80 mil estudantes de famílias de baixa renda poderá ser estendido para o ano seguinte se esse for o desejo do (a) governador (a) eleito (a) em 2022. Bastará pedir a Eduardo Leite que apresente o projeto à Assembleia e, certamente, os atuais deputados aprovarão por unanimidade.
Para quem não sabe o que significam R$ 150 na vida de uma família carente, pode parecer que o governo está dando esmola, mas é o dinheiro que pode ajudar a manter na escola um jovem que, se parar de estudar antes de concluir o Ensino Médio, terá escassas chances de romper o ciclo da pobreza. Esses R$ 150 pouco significam no bolo do orçamento do Estado, mas podem ser a gota que falta para a permanência na escola um adolescente condenado ao subemprego ou, o que é pior, a escorregar para a criminalidade.
Na discussão do projeto, governo e oposição falaram a mesma língua, convencidos de que, quando se trata de educação, um valor maior se levanta. Até a deputada Sofia Cavedon (PT), crítica ferrenha do governo Eduardo Leite, elogiou o programa, lembrou que a pandemia fez muitos jovens desistirem da escola e lamentou que tenha duração de apenas um ano - sinal de que, se o seu partido for vencedor, trabalhará pela manutenção da bolsa.
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