Dentre os grupos que perderão o direito ao passe-livre nos ônibus de Porto Alegre caso o pacote da mobilidade urbana enviado pelo prefeito Sebastião Melo seja aprovado na Câmara está o das pessoas com HIV. Pela regra atual, criada por decreto em 1999, pessoas com Aids que tenham renda mensal de até três salários mínimos fazem jus ao benefício.
Em nome do bom senso, a prefeitura deveria rever a disposição de cortar o passe-livre dos cerca de 6,2 mil soropositivos que utilizam a isenção. Na prática, como a maior parte dessas pessoas vive em situação de vulnerabilidade, a suspensão representaria um obstáculo ao acesso às consultas, aos exames e à retirada de medicamentos para o tratamento da doença, distribuídos em somente oito unidades de saúde.
No caso dos soropositivos, pode ser um caso clássico de “barato que sai caro”: dificultar o acesso ao tratamento e à medicação significa jogar a favor do vírus, abrindo a porta para as chamadas infecções oportunistas, que demandam longas internações. A longo prazo, será mais barato para a prefeitura manter o passe-livre do que acabar com ele.
Diante disso, se retirar a isenção das pessoas que dependem do ônibus para acessar o tratamento, Porto Alegre dará uma demonstração de que não se importa em ocupar a vergonhosa liderança do ranking de mortalidade causada pela Aids entre as capitais brasileiras.
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