Depois da confirmação de que o plano de concessão de rodovias do governo do Estado prevê um pedágio na RS-118, deputados estaduais regiram contra a cobrança dos motoristas que trafegarem pela rodovia. Conforme o estudo elaborado pelo governo, a nova praça de pedágio ficará localizada em Gravataí, no km 22,6, e o valor cobrado será entre R$ 5,54 e R$ 7,39.
A duplicação de 21,5 quilômetros da rodovia, no trecho entre Gravataí e Sapucaia do Sul, foi entregue em dezembro pelo governo do RS, após quase 15 anos de obras, custeadas integralmente com recursos públicos.
Com base eleitoral na região do Vale do Sinos, o deputado Issur Koch (PP), que integra a base do governo, foi um dos primeiros a reagir. O progressista afirma que é "inadmissível que o governo faça com que a sociedade pague duas vezes pela mesma rodovia", para a duplicação e para a utilização.
— Isto é um deboche, uma verdadeira bofetada na cara dos gaúchos, que já sofrem com uma das mais altas cargas tributárias do país — reclamou.
Em outra frente, Luciana Genro (PSOL) apresentou um requerimento à Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia para realização de uma audiência pública a respeito do assunto. A deputada afirma que a instalação do pedágio na RS-118 vai afetar a economia dos municípios da Região Metropolitana.
— A cobrança de um pedágio na RS-118 vai afetar profundamente a economia local, instituindo na prática uma tarifa para o acesso à freeway. Há muita revolta nos municípios atingidos com este novo pedágio, especialmente em Alvorada e Viamão — diz Luciana.
Patrícia Alba (MDB) também solicitou audiência na Comissão de Assuntos Municipais e para falar sobre os futuros pedágios na 118 e em outras rodovias, a RS-020 e a RS-040.
"Pagar pedágio para rodar na ERS-118 depois de passar 14 anos custeando a sua duplicação não é a conclusão que os gaúchos merecem", escreveu a deputada, no Twitter.
O requerimento de audiência pública será votado na próxima semana. Serão convidados para a reunião o secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, os prefeitos e presidentes das Câmaras Municipais de Viamão, Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Esteio e Sapucaia do Sul e o diretor-presidente do Daer, Luciano Faustino da Silva.
A RS-118 faz parte do "Bloco 1" da concessão, que também prevê pedágios na RS-239, RS-474, RS-040, RS-115, RS-235 e RS-020. A concessionária que assumir a 118 será responsável pela manutenção da estrada e pela duplicação do trecho entre Gravataí e Viamão até o quinto ano do contrato.
No mês passado, empresários de Gravataí, Esteio, Sapucaia do Sul, Nova Santa Rita, Cachoeirinha, São Leopoldo e Alvorada já haviam iniciado a mobilização para evitar o pedágio na rodovia. O grupo criou o Movimento RS-118 Sem Pedágio, argumentando que a instalação das cancelas trará prejuízo econômico aos municípios.
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