Com a saída de Gustavo Paim da disputa pela prefeitura de Porto Alegre, o Progressistas vai ouvir os candidatos José Fortunati (PTB) e Sebastião Melo (MDB) para definir quem terá o seu apoio. O partido está dividido e, por isso, na convenção deste sábado (12), apenas homologará a lista de candidatos a vereador e deixará em aberto a definição para a prefeitura.
A convenção delegará à executiva poder para ouvir os dois candidatos com quem o PP tem perspectiva de se aliar e apresentar as opções ao diretório na terça-feira (15). Apesar de Valter Nagelstein (PSD) ter feito o convite ao PP para integrar sua aliança, somente Melo e Fortunati serão ouvidos pela executiva, composta de 17 membros, na segunda-feira (14). A direção do PP definiu que receberá apenas os dois candidatos, que devem ir pessoalmente à sede do partido, sem acompanhantes.
As reuniões de quinta (10) e sexta-feira (11) mostraram que o PP está dividido e que será difícil a unificação em torno de um candidato. O encontro que selou a desistência de Paim foi definido por pelo menos quatro integrantes do PP como um "festival de baixarias". A palavra “traição” — ou “trairagem”, como preferem alguns membros do partido — é usada pelos dois lados.
Embora Fortunati tenha oferecido a vaga de vice, que na chapa de Melo já está ocupada por Ricardo Gomes, a precipitação do presidente do PTB, Everton Braz, e a falta de noção de integrantes do baixo clero do PP, que articularam uma aliança pelas costas de Paim, podem ter jogado o partido nos braços de Melo.
O cargo de vice de Fortunati foi oferecido a Vitor Hugo de Alcântara Filho, o Vitinho Alcântara, um nome de reduzida expressão política, considerado traidor por pessoas ligadas a Paim. Na reunião desta sexta-feira (11), Paim ficou sabendo que a chapa Fortunati-Vitinho havia sido registrada por Tarso Boelter para ser votada na convenção de sábado. Um dos articuladores da patacoada, o chefe de gabinete de Paim, João Manoel Fraga de Assunção, pediu exoneração do cargo.
Como parte do PP tem restrições aos métodos do PTB de fazer política, a aliança com Melo, que dois dias antes era descartada, voltou para o radar, embora a palavra traição também seja usada para definir as articulações do MDB para desidratar a chapa de Paim, ao convencer o coronel Mario Ikeda a desistir da candidatura a vice. A banda do partido que rejeita Melo ainda chama de traidor o vereador Ricardo Gomes, que se elegeu pelo PP, estimulou Paim a se lançar candidato, migrou para o DEM e virou vice de Melo.
O presidente estadual do PP, Celso Bernardi, descarta a hipótese de neutralidade. Acha que um partido do tamanho do PP não pode simplesmente se excluir do debate sobre a gestão municipal, mas garante que a "chapa" Fortunati-PP não será posta em votação neste sábado. Os delegados serão chamados a opinar apenas na terça-feira, depois que a executiva ouvir Melo e Fortunati.
Se as duas alternativas forem a votação na terça-feira, é difícil fazer um prognóstico, porque o diretório municipal do PP, composto por 100 titulares e 33 suplentes, está desfigurado. Com a saída de Paim da prefeitura e o rompimento com o PP, o prefeito Nelson Marchezan ameaçou demitir todos os CCs ligados ao partido. Para manter o emprego, parte deles, que integrava o diretório, optou por continuar na prefeitura e deixar o PP. Hoje, todos os suplentes viraram titulares e ainda assim a composição total não passa de 85.
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