Pré-candidato a prefeito pelo PSD, o vereador Valter Nagelstein antecipou à coluna que votará contra o impeachment do prefeito Nelson Marchezan. Nagelstein vai procurar Marchezan pessoalmente para avisar que votará contra, apesar da convicção de que o prefeito não deveria ter usado recursos do Fundo Municipal de Saúde em uma campanha publicitária.
O vereador, que é advogado, compara sua situação a de um juiz que se declara impedido de julgar um processo quando o resultado pode beneficiá-lo, direta ou indiretamente. Como o impeachment, se aprovado a tempo, impedirá Marchezan de ser candidato, Nagelstein, como pré-candidato, se beneficiaria da saída de um concorrente de peso.
— A ameaça de Marchezan de que faria "denúncias" contra vereadores quase que me obriga a votar favoravelmente, porque, afinal, não tenho nada a temer. Essa questão nos colocou numa sinuca. Porque fica parecendo que quem votar pela absolvição tem algum medo, algum temor.
Um estudo feito pela assessoria do vereador sobre o uso de recursos do Fundo Municipal de Saúde, que ele considera equivocado, apesar de estar previsto no orçamento aprovado pela Câmara, serviu de base para o pedido de impeachment. Nagelstein diz que os autores o consultaram para saber se poderiam usar o estudo produzido pelo seu gabinete.
— Respondi que sim, que o estudo é público. E mantenho minha posição de que o prefeito não deveria ter feito a campanha.
O vereador diz que considera Marchezan um político inapto para o diálogo e atribui a abertura do processo de impeachment aos conflitos criado pelo prefeito com os aliados.
— Mas isso será o povo, no seu julgamento soberano, que haverá de decidir, caso a Câmara não acate o impedimento.
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