No dia em que o presidente Jair Bolsonaro nomeou o professor Carlos Alberto Decotelli da Silva para o Ministério da Educação, o Instituto Rui Barbosa apresentou um estudo que será enviado como contribuição ao sucessor de Abraham Weintraub. O estudo “Educação que Faz Diferença” identificou as melhores práticas em 118 redes de ensino, a partir de pesquisa de campo iniciada ainda em 2019, sob coordenação do conselheiro Cezar Miola, do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul.
A pesquisa constatou que as redes que fazem a diferença na educação no Brasil usam basicamente a mesma receita: utilização de sistemas de gestão e de acompanhamento dos estudantes, suporte continuado das Secretarias de Educação, com visitas frequentes às escolas. monitoramento contínuo da aprendizagem dos alunos, investimento na gestão escolar, com estímulo ao protagonismo das escolas, oferta constante e diversificada de formação continuada de professores e cultura de observação das aulas, com retorno construtivo.
Para que tenha consequência, o estudo será encaminhado a todos os tribunais de contas. A ideia é que os auditores usem a metodologia para avaliar rotineiramente o desempenho das redes de educação.
Apaixonado pelo tema, Miola espera que o novo ministro use sua capacidade de gestão para qualificar a educação brasileira.
Miola conheceu o professor Decotelli como gestor do Fundo Nacional de Educação (FNDE) e o convidou para um simpósio em julho de 2019, em Porto Alegre. Decotelli impressionou a plateia pelo conhecimento da área e pela capacidade de comunicação, qualidades que contrastam com o obscurantismo de Weintraub, um ministro para ser esquecido.