Defensor convicto da reforma da Previdência, o deputado estadual Vilmar Lourenço (PSL) mira-se no próprio exemplo para justificar a necessidade de instituição da idade mínima para a aposentadoria.
Aos 62 anos, Lourenço é aposentado do INSS desde os 39. Ou seja: quando chegar aos 65, idade mínima prevista na reforma para a aposentadoria dos homens, já terá recebido por 26 anos — e poderá viver por mais 30.
Embora a expectativa de vida ao nascer seja de 78 anos no Rio Grande do Sul, esse número leva em conta a mortalidade infantil e juvenil. Quem passa dos 60, pode chegar facilmente aos 90.
— Não há sistema previdenciário que resista sem a fixação de uma idade mínima para a aposentadoria. Eu sou o exemplo disso — reconhece o deputado, que depois de aposentado continuou trabalhando como advogado até se eleger no ano passado.
Como foi possível se aposentar tão jovem? O deputado conta que, além de ter começado cedo, trabalhou na Eletrosul, em atividade considerada perigosa e insalubre, o que reduziu o tempo necessário para requerer a aposentadoria.
Indicações técnicas para o Tribunal de Contas
Marinheiro de primeira viagem, Vilmar Lourenço decidiu mexer em um vespeiro e protocolou projeto alterando a forma de escolha dos quatro conselheiros do Tribunal de Contas indicados pela Assembleia.
Em substituição aos acordos entre os grandes partidos, a proposta prevê uma seleção pública sempre que abrir uma vaga. Os candidatos que preencherem os requisitos exigidos e passarem no pente-fino da investigação da vida pregressa serão sabatinados na Comissão de Finanças. Os três com melhor desempenho serão submetidos ao plenário, que escolherá o conselheiro.
Em outro projeto, Lourenço prevê que ex-deputados só poderão se candidatar a vaga depois de cinco anos fora do mandato.