Com uma diferença de quase 2 milhões de votos no Rio Grande do Sul para o líder do primeiro turno, Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT) e equipe não têm estratégia específica para angariar a preferência dos gaúchos nas urnas. Da mesma forma que fazem em outros Estados, os petistas lembrarão, em atos de companha e na internet, os feitos do governo Lula para o país, como a política de valorização do salário mínimo, os programas sociais e os créditos a juro baixo para a agricultura familiar.
Além do ataque a posicionamentos e ideias de Bolsonaro, Haddad e Manuela D’Ávila prometem a potenciais eleitores a retomada de obras públicas para fomentar o emprego no país. A revogação do teto de gastos também está entre as prioridades.
Após ato em cinco cidades do Estado no fim de semana, Manuela diz que soma-se a esses assuntos a crise financeira do Rio Grande do Sul. Assim como Miguel Rossetto pregou durante a campanha ao Piratini no primeiro turno, a deputada afirma que é necessário retomar o desenvolvimento por meio do Polo Naval, na zona sul.
À coluna, Manuela diz que deseja ser a porta-voz do RS em Brasília para alavancar proposta de renegociação da dívida a fim de o Piratini garantir minimamente os serviços por aqui. Ela lembra que, entre outras consequências, o regime de recuperação fiscal proposto pela União não permite a contratação de brigadianos e professores. Convém lembrar que a proibição não se aplica em casos de aposentadoria ou reposição de profissionais.
Como Bolsonaro conseguiu 1,9 milhão de votos de vantagem para o segundo colocado, será difícil Haddad vencer no Rio Grande do Sul. Mesmo se o PT conquistasse o apoio de todos os eleitores de outros 11 concorrentes do primeiro turno, os votos seriam insuficientes para passar o deputado do PSL. Ciro, Alckmin, Amoêdo, Meirelles, Marina, Alvaro Dias, Boulos, Cabo Daciolo, Vera, João Goulart Filho e Eymael fizeram, juntos, 1,5 milhão de votos no RS.
Se eleitos, Haddad e Manuela enfrentarão um problema ainda maior: um Congresso mais conservador, alinhado com o pensamento antipetista. Seria imprescindível, por exemplo, editar decretos e medidas provisórias para governar, além do apoio maciço da população – o que, até agora, mostrou-se ausente.