O próximo presidente do Brasil terá de enfrentar, nos primeiros dias de governo, a crise financeira dos Estados. Além dos endividados conhecidos, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o Rio Grande do Norte, Goiás e o Paraná estão dando sinais de que esgotaram as fontes de financiamento de seus déficits.
— O ajuste terá de ser de todos os entes da federação, mais reforma da Previdência. Sem isso, a dívida pública explode e passa de 100% por 2022. Juros vão pra cima e todo mundo perde. Vai chegar numa situação que além do esforço individual de cada Estado, será preciso uma solução coordenada com a União, como já ocorreu na década de 90 – avalia o economista Aod Cunha.
Até São Paulo, conhecido por ser um Estado com contas saudáveis, enfrenta crescimento da despesa com pessoal e baixa da receita devido ao desaquecimento econômico.
Profundo conhecedor das finanças do Estado, Aod Cunha prevê que, mesmo com o aquecimento da economia, os salários continuarão sendo parcelados por falta de dinheiro.
Para que houvesse pagamento em dia, além de crescimento anormal da receita, seria necessário revisão de incentivos e sacrifício do funcionalismo, incluindo servidores do Judiciário e do Legislativo. O diálogo com os poderes, segundo o ex-secretário da Fazenda, seria imprescindível.