O crescimento de Jair Bolsonaro e de Fernando Haddad, combinado com a desidratação dos temais candidatos no Rio Grande do Sul, mostra que o eleitor gaúcho resolveu antecipar o segundo turno. Na série de quatro pesquisas do Ibope, Bolsonaro teve crescimento consistente e foi de 23% na pesquisa divulgada em 17 de agosto para 35% no mais recente levantamento. Haddad, que começou com 4%, chegou a 18% na sondagem divulgada em 21 de setembro.
Com a polarização entre Bolsonaro e Haddad, desenhada a partir da confirmação do petista como substituto do ex-presidente Lula na chapa, eleitores gaúchos passaram a praticar o voto útil, abandonando os candidatos do centro para apoiar aquele que, em tese, tem mais chances de derrotar seu inimigo.
Nesse processo, quem mais perdeu foi Marina Silva, que caiu de 13% para 5% em pouco mais de um mês. Só na última semana, Marina perdeu três pontos, queda idêntica à de Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, que baixaram de 10% para 7%. Henrique Meirelles e João Amoêdo foram vítimas do mesmo processo de esvaziamento. Meirelles, que tem a campanha mais cara entre os 13 candidatos, está com 1% no Estado, mesmo índice de Alvaro Dias e Guilherme Boulos.
Pelo Ibope, Estado ainda tem 9% de eleitores indecisos e 12% que se dizem dispostos a votar nulo ou em branco.
Bolsonaro lidera em todos os segmentos, mas seus melhores índices estão entre os homens (45%), eleitores de 25 a 34 anos (40%), Ensino Médio (41%), renda superior a cinco salários mínimos (48%), católicos (37%), brancos (40%) e residentes no Interior (39%).
Os menores índices do candidato do PSL estão no eleitorado feminino (26%), jovens de 16 a 24 anos (31%), eleitores com instrução até a 4ª série (26%), renda até dois salários mínimos (27%), pretos e pardos (23%) e residentes na Capital (24%).
Quando se analisa a correspondência entre o voto para governador e a opção para presidente, constata-se que os eleitores do PT são os mais fiéis: 64% dos que votam em Miguel Rossetto estão com Haddad. Dos eleitores de José Ivo Sartori, 57% votam em Bolsonaro e só 2% em Henrique Meirelles. Também os eleitores de Eduardo Leite não o associam a Geraldo Alckmin: 10% votariam no tucano, 10% em Ciro Gomes, 16% em Haddad e 37% em Bolsonaro.
ALIÁS: Se dependesse dos eleitores gaúchos, Jair Bolsonaro estaria perto de vencer a eleição no primeiro turno. Em votos válidos, ele tem 45% e Fernando Hadadd, 23%. Na eleição para governador, a mesma pesquisa indica segundo turno entre José Ivo Sartori, que tem 40% dos votos válidos e Eduardo Leite, que está com 33%, quando se ignoram brancos, nulos e indecisos.