Mesmo com o PP integrando a chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, o ex-governador Jair Soares confirmou que abriu apoio publicamente a Jair Bolsonaro. O candidato do PSL encontrou-se com Soares em sua casa nesta quinta-feira (30) por intermédio do deputado Onyx Lorenzoni (DEM).
À coluna, o ex-governador (que também foi deputado federal e ministro) ressaltou que é amigo de Bolsonaro e que costumava ser próximo dele quando morava em Brasília. Em sua casa, conversou com o candidato sobre Previdência Social, enxugamento da máquina pública e a necessidade de implementar a ordem no Brasil.
— Ele me honrou muito com a sua visita. Temos o mesmo pensamento ideológico. O Alckmin é mais do mesmo — definiu.
Jair Soares não escondeu sua insatisfação com o posicionamento do PP durante convenções partidárias. A legenda preferiu ficar ao lado de Alckmin na disputa nacional e com Eduardo Leite (PSDB) na coligação que concorrerá ao governo do Estado.
— Nosso partido foi surpreendido com a posição da Ana Amélia, ficamos sem candidato ao governo — disse o pepista ao justificar sua escolha por Bolsonaro. — O centrão é a razão que eu não apoio Alckmin — completou.
Quando questionado sobre possível divergência com a senadora Ana Amélia, que integra a chapa como candidata vice-presidente do tucano, o ex-governador foi direto:
— Ela já tomou outras atitudes assim. Ela apoiou a Manuela e eu nunca briguei com ela. O Alckmin nunca veio na minha casa. Por que ela não trouxe ele na minha casa?
Além de Jair Soares, o candidato ao Senado pelo PP, Luis Carlos Heinze, também apoia Bolsonaro. Heinze teve de retirar sua candidatura ao governo do Estado devido à aliança nacional que PP e PSDB fizeram.
Coordenador da campanha de Alckmin no Rio Grande do Sul, o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin (PP), diz que não se surpreende com o apoio de Jair Soares a Bolsonaro:
— Ele já fez isso em 1986. Saiu do então PDS, demitiu os companheiros que estavam no governo e depois se arrependeu. Tenho certeza de que ali adiante ele vai perceber que está cometendo um erro e voltará para o caminho certo.
Pasin acha que a “onda Bolsonaro” já foi maior no PP e que, aos poucos, a senadora Ana a Amélia Lemos está conseguindo mostrar aos companheiros de partido que não se resolvem os problemas complexos do Brasil com propostas simplórias e que para governar é preciso ser uma pessoa de diálogo.
Bolsonaro está no Rio Grande do Sul desde quarta-feira, quando participou de palestra a políticos e empresários em evento da revista Voto e foi até a Expointer para conversar com produtores rurais. Nesta quinta-feira, participou de reunião com cerca de 180 empresários, incluindo o presidente da Fiergs. Nesta quinta-feira ocorreu também evento com as mulheres do PSL na Casa do Gaúcho.