Na última semana do ano de 2017, além de pagar parte do funcionalismo, o governo do Estado terá de quitar contas que há algumas semanas já deveriam ter sido liquidadas. Por isso e por outros fatores, ainda é dúvida quanto sobrará de dinheiro em caixa para os salários de dezembro dos servidores do Executivo.
Por enquanto, por falta de recursos, não foram repassados aos bancos os empréstimos consignados retidos na hora da quitação dos vencimentos nem a contribuição associativa para os sindicatos – juntas, essas despesas somam R$ 170 milhões. Também deverão ser creditados os valores da cota da saúde, de R$ 180 milhões, e as parcelas dos duodécimos dos poderes, de R$ 340 milhões. Outra conta a pagar que entra na tabela da Secretaria da Fazenda são os R$ 60 milhões a título de indenização por atraso no pagamento dos salários desde 2015 e do 13º de 2016. A lei aprovada na Assembleia em novembro diz que esse valor deveria ser pago no mês subsequente.
Nesta semana, para cobrir esses gastos, que chegam a R$ 750 milhões (sem contar a folha), o Tesouro conta com recursos do ICMS (combustíveis, telecomunicações e energia elétrica), de cerca de R$ 450 milhões, e da antecipação do IPVA, de R$ 700 milhões (metade vai automaticamente para o município de origem da placa). Se o governo não furar a fila das despesas, a tendência é de que o valor a ser pago no dia 28 aos servidores públicos seja bem menor do que os R$ 1,6 mil do mês anterior.
Mais adiante, um provável alívio no caixa poderá vir da venda de parte das ações do Banrisul, transação anunciada no ano passado, mas adiada para março de 2018 devido às “condições desfavoráveis do mercado”. O Piratini chegou a cogitar a possibilidade de arrecadar R$ 3 bilhões com a operação – previsão superotimista, segundo especialistas. O governo do Estado também joga as fichas na adesão ao regime de recuperação fiscal com a União, porém, o dinheiro oriundo de empréstimo deve demorar a chegar.