Alvo de ação do Ministério Público Federal (MPF), o diretor administrativo e financeiro do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Ibanez Ferreira Filter, decidiu pedir sua exoneração ao governo federal. Ex-assessor do ministro Eliseu Padilha quando o peemedebista era deputado federal, Filter foi indicado pelo político para o cargo em 2016. A demissão, solicitada no dia 23 de agosto, foi confirmada pelo hospital. Ainda resta oficializar a saída no Diário Oficial da União.
Embasado na lei das estatais, o MPF apontava que o aliado do ministro-chefe da Casa Civil não atendia aos requisitos de experiência profissional e formação acadêmica, além de não estar enquadrado nos casos de vedação à indicação. A graduação em Jornalismo e a pós-graduação em Direito Político concluídas pelo ex-diretor não eram compatíveis com as atividades que desempenhava no hospital.
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O Grupo Hospitalar Conceição é uma empresa estatal e tem como acionista controlador o governo federal. O cargo agora está livre e Ibanez não aparece mais no rol de diretores no site do GHC.
O processo, porém, continua. Em junho, a Justiça em primeira instância acolheu ação civil pública do MPF e determinou ao hospital e à União o afastamento do diretor. Tanto o jornalista quanto a estatal recorreram da decisão liminar em segunda instância. Os agravos que pediam a reconsideração da decisão impetrados por Ibanez foram negados monocraticamente. O mérito será julgado pela segunda turma do TRF4. Já os agravos do hospital estão à espera de distribuição.
A lei das estatais foi publicada por Michel Temer em junho de 2016 e pretendia vedar indicações políticas, além de incentivar o apontamento de técnicos para cargos em empresas públicas.