No momento mais tenso para o governo de Michel Temer, cresceu a figura do ministro da Defesa, Raul Jungmann. Apesar da confusão no anúncio do decreto em que Temer autorizava a convocação das Forças Armadas para manter a lei e a ordem no Distrito Federal, Jungmann saiu da crise maior do que entrou.
Ao lado do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, ainda ocupou o vácuo do ministro da Justiça, Osmar Serraglio, o invisível.
Em um governo recheado de ministros impedidos de dar entrevistas porque estão sendo investigados e não podem falar sobre o que disseram deles os delatores, Jungmann acabou na linha de frente da ação e da comunicação.
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Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o ministro justificou o uso das Forças Armadas. Lembrou das vezes em que outros governos invocaram a “garantia da lei e da ordem” e encontrou uma explicação para o jogo de empurra da véspera, quando atribuiu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o pedido para colocar o Exército na rua.
Disse que a Força Nacional não tinha efetivo suficiente e que a PM não estava dando conta de garantir a segurança. Filiado ao PPS, Jungmann não quis acompanhar Roberto Freire, que pediu demissão do Ministério da Cultura quando veio a público a delação da JBS.