Foi por 3,4 milhões de votos que Aécio Neves (PSDB) perdeu a Presidência da República para Dilma Rousseff em 2014. Menos de três anos depois, o neto para quem Tancredo Neves imaginou um futuro glorioso na política foi triturado pela Lava-Jato. Afastado temporariamente do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF), terá de enfrentar um processo no Conselho de Ética, com risco de perder o mandato e, com ele, o foro privilegiado.
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No sétimo ano de mandato, Aécio teria de enfrentar as urnas em 2018. Com o desgaste provocado pelas delações da Odebrecht, o senador já havia perdido as condições para disputar a Presidência da República e cogitava até concorrer a deputado federal, sabendo que a reeleição para o Senado seria difícil.
Depois da delação dos irmãos Batista, Aécio torna-se um morto-vivo no cenário político. A parte mais grave do diálogo é aquela em que sugere a troca do ministro da Justiça, Osmar Serraglio, por alguém capaz de mexer na Polícia Federal. Não mexer para melhor, mas para fragilizar a Lava-Jato.
PALAVRÕES – A degravação de diálogos do senador Aécio Neves revela que ele é adepto da linguagem chula e não economiza nos palavrões. Em dois diálogos, que degravados somam 34 linhas, aparecem nada menos do que 12 palavrões.