Aproveitei as férias de verão param, enfim, conhecer o Museu do Amanhã. Por mais que tivesse lido a respeito, fui positivamente surpreendida com o recheio do prédio cartão-postal do arquiteto Santiago Calatrava, plantado à beira da baía da Guanabara, uma área onde antes existia um viaduto feioso. O Boulevard Olímpico mudou a cara de uma região degradada e tornou-se ponto obrigatório na cidade que, mesmo em crise, atrai multidões de turistas.
Cometi um erro que vou relatar aqui para que nenhum leitor desta crônica faça a bobagem que fiz: pela internet, comprei ingresso para as 16h, imaginando emendar a visita com uma esticada pelos bares instalados nos antigos armazéns do porto. Erro grave: o museu fecha as portas às 18h e é impossível conhecê-lo em apenas 120 minutos. Da próxima vez quero entrar na primeira hora e ficar o tempo que julgar necessário para aprender, sentir e pensar sobre ontem, hoje e amanhã.
O nome é Museu do Amanhã, mas a visita começa pela formação do universo, uma viagem ao Big Bang, que não vou detalhar para não estragar a surpresa. Em duas horas, tive aulas incríveis de física, química, biologia, matemática.
Fascinante é a palavra que me ocorre para definir cada espaço e as infinitas possibilidades de interação. Uma sala, em particular, eu gostaria de ter explorado por horas a fio: a que mostra a diversidade em forma de retratos de gente de todos os pontos do planeta. É como encontrar pessoas de todos os continentes, com suas culturas e características peculiares, uma volta ao mundo sem sair do chão, um labirinto que remete a Jorge Luís Borges, uma epifania.
Há um momento de inquietação com o futuro do planeta. Deitados de costa, somos bombardeados por informações e imagens sobre crescimento das cidades, aquecimento global, explosão demográfica, produção de alimentos, terremotos e tsunamis. Impossível não sair da sessão com a pergunta que não quer calar: E o amanhã, como será?