A sessão programada para esta terça-feira na Assembleia Legislativa foi suspensa por falta de quórum e nenhum dos sete projetos que estavam na pauta foi votado. Deputados do PDT, PT, PC do B, PSOL, Rede e parte do PMDB retiraram a presença do plenário em solidariedade a Juliana Brizola (PDT), que informou na tribuna ter sido agredida próximo à Esquina Democrática, depois de um ato político no Centro. Juliana, que é candidata a vice-prefeita de Porto Alegre na chapa de Sebastião Melo (PMDB), afirmou aos deputados que o ataque partiu de um suposto integrante do Movimento Brasil Livre (MBL).
A porta-voz do MBL no Rio Grande do Sul, Paula Cassol, nega que o agressor tenha qualquer relação com o movimento. Para ela, o fato é grave porque foi um ataque contra uma deputada estadual no centro da Capital.
Aos jornalistas, Juliana disse que o homem segurou o seu braço enquanto atendia a militância depois do ato político, no início da tarde.
– Era um homem grande, alto, que estava com fones de ouvido e falando com alguém, como se fosse um ponto eletrônico, com um celular na mão já filmando, dizendo assim "a Juju vai falar, vai explicar o votinho dela na Dilma". Eu fui andando e caminhando mais depressa e ele começou a correr e me pegou no braço. Foi tudo muito rápido, foi em segundos. Tirei o braço e as pessoas que estavam comigo já começaram a levar ele – contou.
A assessoria da parlamentar afirma que o homem não se identificou como membro do MBL. À imprensa, Juliana disse que desconfia da ligação dele com o movimento pela forma que foi abordada:
– Por que eu acho que é do MBL? Pela forma. Pelo vídeo que eu vi deles fazendo com o Melo, daquele Mamãe Falei, por outros vídeos que eu já vi com outros políticos de outros estados. Vi como eles falam, vi como eles chegam nas pessoas e era muito parecido. Eu vou na polícia porque eu quero identificar.
Paula Cassol afirma que é interesse do MBL identificar a pessoa que atacou Juliana.
– Tenho certeza que não é do MBL. Queremos identificá-lo o quanto antes. Alguém deve ter filmado ou então dá para pegar as imagens da prefeitura – sugeriu.
Logo depois da suspensão das votações em plenário, um grupo de deputados acompanhou Juliana até a delegacia para registrar um boletim de ocorrência.
Apoiado pelo Movimento Brasil Livre, em nota, o candidato Nelson Marchezan (PSDB) manifestou solidariedade a Juliana e defendeu a apuração dos fatos. Repudiou com "veemência" o episódio e disse considerar inaceitável "qualquer ato de violência, especialmente contra mulheres".
A ordem do dia na Assembleia, composta por sete projetos, foi transferida para a próxima terça-feira. Entre as propostas, está o texto que permite a venda e permuta de imóveis do Estado sem autorização individualizada dos deputados.
É a segunda semana seguida que não ocorre votações de projetos por fatos ocorridos na campanha eleitoral em Porto Alegre. Na terça-feira passada, a ordem do dia foi adiada devido à morte de Plínio Zalewski, coordenador do plano de governo de Sebastião Melo.