A terceira pesquisa do Ibope no segundo turno confirma a vantagem de Nelson Marchezan (PSDB) sobre Sebastião Melo (PMDB), detectada nos dois levantamentos anteriores, e mostra que nenhum dos candidatos conseguiu quebrar a resistência dos que estão dispostos a votar nulo ou em branco. Se no primeiro turno brancos e nulos somaram 15,9%, agora são 18%, número que se manteve estável desde o início do segundo turno. O debate da RBS TV foi a oportunidade derradeira para conquistar uma fatia desse eleitorado que não se sente representado por nenhum dos dois.
As variações dos candidatos ocorreram dentro da margem de erro, que era de quatro pontos nas pesquisas anteriores e agora é de três. Marchezan largou com 45% e está com 44%. Melo começou com 33% e subiu para 36%. Com essa diferença, somada ao fato de que 84% dos eleitores declaram que sua opção é definitiva, a única possibilidade de Melo virar o jogo é os eleitores de Raul Pont (PT) e de Luciana Genro (PSOL) desobedecerem a orientação dos partidos e votarem contra Marchezan, como sugeriram os líderes do PC do B.
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Se os números estiverem certos, ficará evidente que a campanha de Melo cometeu um erro estratégico ao tentar subtrair votos de Marchezan, em vez de investir nos eleitores que não querem nenhum dos dois. O vice-prefeito foi muito tímido ao pedir o voto dos eleitores de Pont e Luciana. A coordenação da campanha temia que Melo perdesse espaço caso se aproximasse demais da esquerda, ignorando que os antipetistas já estavam com Marchezan.
Com um discurso de mudança, o tucano se beneficia do desgaste natural de 12 anos dos governos José Fogaça e José Fortunati. A avaliação negativa de Fortunati (20% de bom e ótimo e 40% de ruim e péssimo) impacta na candidatura do vice, mesmo que o prefeito tenha sumido da campanha. Melo também carrega o peso da rejeição aos governos de José Ivo Sartori (8% de bom e ótimo e 63% de ruim e péssimo) e de Michel Temer (13% de bom e ótimo e 48% de ruim e péssimo).
A onda favorável a Marchezan transparece na resposta à pergunta sobre quem os entrevistados acham que vai ganhar a eleição: 57% acreditam que o tucano será vitorioso e 30% apostam na eleição do vice-prefeito.