MENOS É MAIS - Orientado a falar o mínimo possível para evitar problemas ao governo, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, frustrou quem foi ao almoço Brasil de Ideias, promovido pela revista Voto, para ouvir suas impressões sobre a reforma trabalhista. Nogueira falou apenas por 20 minutos, limitou-se a obviedades e recusou-se a responder a perguntas.Na prática, o governo desistiu de gastar energia com a reforma trabalhista, porque as mudanças mais desejadas pelos empresários estão sendo feitas pela Justiça do Trabalho e pelo STF.
ORÁCULO - Em São Paulo, o presidente Michel Temer e o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, visitaram nesta sexta-feira o ex-ministro Delfim Netto.Aos 92 anos, Delfim impressionou Temer e Padilha pela lucidez, em contraste com as limitações físicas.Delfim elogiou a proposta de congelamento de gastos por 20 anos, mas alertou para a necessidade de não descuidar dos programas sociais. Com outras palavras, repetiu a fórmula de quando era ministro do regime militar e defendia a necessidade de esperar o bolo crescer para depois dividir. Disse que nenhum governo pode distribuir o que não tem.
LEQUE ABERTO - No programa de concessões de estradas federais, o governo poderá incluir o trecho da BR-101 entre Osório e São José do Norte. Seria uma espécie de carne de pescoço para quem ficar com o filé da BR-101 entre Torres e Osório, e o trecho da BR-290 entre Osório e Eldorado do Sul, hoje sob responsabilidade da Concepa. A ideia é criar uma alternativa a mais de ligação do porto de Rio Grande com o centro do país.
DE FÉRIAS - O sumiço do secretário Giovani Feltes nos últimos dias tem explicação: ele resolveu tirar férias para descansar e, ao mesmo tempo, ajudar na campanha de candidatos do PMDB. Feltes está desgastado com a tarefa de mensageiro das más notícias, já que cabe a ele a gestão do cofre do Estado.
CUSTO ALTO - Em um ato reservado no Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori assinou na sexta-feira a promoção de 2,7 mil professores e servidores da Educação.Retroativa a janeiro de 2015, a progressão de nível aos servidores vai custar R$ 13,3 milhões aos cofres gaúchos e será paga até o fim de setembro. O impacto por mês será de R$ 635 mil na folha de pagamento.
AJUDA DA UNIÃO - Serão contemplados os que pediram a promoção entre julho e setembro de 2014 pela conclusão de cursos de licenciatura, especialização, mestrado ou doutorado.Parte do dinheiro usado para o pagamento da retroatividade será do governo federal, estimado em R$ 3 milhões. O restante do atrasado será custeado pelo Estado, que vai tirar de outras áreas para contemplar os professores.
DIVERGÊNCIA - O pagamento é um direito do professor garantido em lei. Por isso, o governo do Estado disse que “apertou” o orçamento para conceder as progressões de nível de um vez só, antes de virar um problema maior. O Cpers afirma que Sartori só autorizou o pagamento porque há inúmeras decisões da Justiça mandando o governo pagar as promoções atrasadas.