INCENTIVO À DISSIDÊNCIA - Diante da Carta-Testamento, em Porto Alegre, na solenidade que marcou os 62 anos do suicídio de Getúlio Vargas, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, acertou com o candidato do PT a prefeito da Capital, Raul Pont, a inauguração de um comitê suprapartidário, no dia 5 de setembro. Esse comitê abrigará os pedetistas que não querem apoiar Sebastião Melo (PMDB), com quem o PDT está coligado.
INCOERÊNCIAS - Em nível nacional, o partido é aliado do PT na luta contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Lupi, Pont e o ex-ministro Ciro Gomes, provável candidato do PDT a presidente em 2018, se posicionaram de forma semelhante. Os três definiram como "golpe" o afastamento de Dilma. Melo não se manifestou durante a cerimônia.
VEREADORES QUEREM MELO - As dissidências a que Lupi se refere não são de líderes de expressão em sua legenda. Os vereadores do PDT em Porto Alegre estão alinhados com Melo. Foram eles, liderados por João Bosco Vaz, que exigiram estender a aliança para a eleição proporcional, o que obrigou os dois partidos a enxugarem a lista de candidatos à Câmara.
Leia mais:
No último ato, Dilma encara ex-aliados
Novo regime de previdência dos servidores é lançado por Sartori
Polícia Civil cria nova central de tramitação de ocorrências e promete mais agentes nas ruas
TESTE DE RESISTÊNCIA - Apesar do desgaste com a crise nacional, o PT conseguiu lançar candidatos competitivos em quatro das cinco cidades que podem ter segundo turno: Porto Alegre (Raul Pont), Caxias do Sul (Pepe Vargas), Pelotas (Miriam Marroni) e Santa Maria (Valdeci Oliveira). Pont, Pepe e Valdeci são ex-prefeitos. Em Canoas, o PT optou por não ter candidato e apoia a vice-prefeita, Beth Colombo, que trocou o PP pelo PRB e tem como principal cabo eleitoral o prefeito Jairo Jorge.
FUGINDO DA ELEIÇÃO - Dos 349 prefeitos que teriam direito a disputar a reeleição no Rio Grande do Sul, 130 (37%) não são candidatos. Os dados são de um levantamento realizado pela Famurs e confirmam um fenômeno que a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) constatou em nível nacional. Entre os que não quiseram disputar um novo mandato, estão os prefeitos de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho (PDT), de Pelotas, Eduardo Leite (PSDB), de Santo Ângelo, Valdir Andres (PP), de Lajeado, Luiz Fernando Schmidt (PT), e de Viamão, Valdir Bonatto (PSDB).
DESENCANTO - Além da convicção de que a reeleição não está sendo uma boa experiência para o país, a principal justificativa dos prefeitos para não concorrer novamente é a crise financeira enfrentada pelas prefeituras, somada à demanda por mais serviços públicos.O presidente da Famurs, Luciano Pinto (PDT), cita ainda a judicialização na saúde e na educação, que tiram autonomia dos gestores, e o rigor do Ministério Público e do Tribunal de Contas com os prefeitos.
ENQUANTO ISSO, NA SERRA - Na contramão dos prefeitos que não querem concorrer à reeleição, Pedro Bertolucci (PP) está tentando conquistar o quinto mandato em Gramado.
LAÇOS DE FAMÍLIA - Vereadora em segundo mandato, Neilene Lunelli (PT) vai substituir o irmão Roberto Lunelli como candidata a prefeita de Bento Gonçalves. O ex-prefeito morreu na tarde de sábado, em acidente de trânsito, na BR-470. Candidata pela coligação Bento Mais Humana, que reúne o PT e o PC do B, Neilene teve seu nome oficializado em encontro realizado na noite de terça-feira, aberto com uma oração em memória ao irmão. O professor Paulo Wünch (PC do B) segue como candidato a vice-prefeito na chapa.
TEMPORADA DE ALFINETADAS - Em cerimônia de lançamento do novo plano de Previdência do funcionalismo nesta quarta-feira, no Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori aproveitou para dar um recado aos outros poderes, que concordaram com aumentos salariais de 8,13% a seus servidores:
– É preciso solidariedade, compreensão de todas as instituições porque o Estado é um só. Ninguém tira os recursos apenas de um lugar, pertencem a todo o Estado. As dificuldades são as dificuldades de todos.