Divulgada no fim de semana, a última pesquisa do Datafolha mostra um cenário mais favorável ao governo interino de Michel Temer do que as sondagens anteriores. Faltam aproximadamente 40 dias para o Senado votar o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff e, ao que tudo indica, o discurso petista de que Dilma foi vítima de um golpe não colou como esperavam os seus aliados. Após um início conturbado, marcado por idas e vindas em decisões anunciadas publicamente e demissões de ministros envolvidos com a Operação Lava-Jato, a administração de Temer começou a ganhar estabilidade – e o momento para isso é o melhor possível.
Segundo a pesquisa do Datafolha, 50% dos brasileiros quer que o interino torne-se presidente em definitivo, enquanto 32% gostariam de ver o retorno de Dilma e outros 18% se dividem entre os que preferem novas eleições ou ainda não souberam responder aos questionamentos.
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Os números evidenciam que Temer tem conseguido se favorecer da enorme rejeição à petista, que antes da votação do impeachment na Câmara tinha 65% de desaprovação popular. Os entrevistados preferem Temer a Dilma, no entanto, isso não significa aprovação à nova gestão. Apenas 14% dos brasileiros consideram o governo interino ótimo ou bom.
Entre tantos dados preocupantes para Dilma e seus apoiadores, está a rejeição popular à ideia de convocação de novas eleições, uma das últimas cartadas da presidente. Na última sondagem do Datafolha, realizada em abril, 79% dos entrevistados disseram apoiar a saída tanto de Dilma quanto de Temer. Agora, apenas 3% citaram essa opção.
O Datafolha também pesquisou cenários para as eleições presidenciais de 2018. Apesar de voltar a aparecer na liderança em todas as simulações de primeiro turno, o ex-presidente Lula é o possível candidato com maior índice de rejeição (46%) e perderia em todos os cenários de segundo turno (contra Aécio Neves, Marina Silva, Geraldo Alckmin ou José Serra).