Está nas mãos do governador José Ivo Sartori a proposta de um plano diretor para o Centro Administrativo do Estado. Mais do que uma convenção de condomínio para orientar o gerenciamento dos diversos prédios instalados no quarteirão, o projeto prevê a construção de novos edifícios, para concentrar todas as atividades do governo na mesma área e economizar R$ 4 milhões por mês com aluguéis.
A pergunta é inevitável: com que dinheiro um governo que não consegue sequer pagar os salários em dia vai construir prédios? O secretário de Modernização Administrativa e Recursos Humanos, Edu Olivera, responde: – Vamos oferecer imóveis que o Estado não utiliza a construtoras dispostas a executar a obra. O piloto deve ser o do novo prédio da Procuradoria-Geral do Estado, que já tem projeto pronto e será erguido entre as sedes do Ministério Público e do Tribunal de Justiça.
Nos planos do governo está, também, a construção de um prédio de 12 andares, atrás do Daer, para abrigar a Secretaria da Educação, liberando a área atual para a transformação em Centro de Eventos, como previa a concepção original do Centro Administrativo. Somam-se a esses um edifício-garagem, junto à Procergs, e outro de frente para a Avenida Augusto de Carvalho, que reunirá os principais serviços públicos oferecidos à população.
Que imóveis o Estado oferecerá em troca dessas obras, não se sabe. A Smarh está trabalhando no inventário e na regularização das matrículas dos imóveis existentes, projeto herdado do governo Tarso Genro junto com o plano diretor do Centro Administrativo. Para acelerar o processo de avaliação dos imóveis, a secretaria firmou um convênio com a Agência de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) e assinará nos próximos dias um contrato com o BRDE. Hoje, o Estado não sabe quantos imóveis tem, porque as matrículas não refletem a realidade. Só do Colégio Júlio de Castilhos, por exemplo, são 34 matrículas (uma para cada terreno que compõe a área).
Nos próximos dias, será encaminhado à Assembleia pedido de autorização para vender um terreno avaliado em pelo menos R$ 2 milhões, na Avenida 24 de Outubro, em Porto Alegre. O imóvel está alugado para uma loja de colchões. O governo tentou fazer o leilão, mas foi impedido por quatro ações populares que questionavam a falta de autorização legislativa. Além de recorrer, o governo decidiu mandar o projeto para a Assembleia.