O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Iniciou-se durante a madrugada de ontem – às 23h de terça-feira no horário de Brasília – o cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hezbollah. O conflito, que se arrasta há 14 meses, já deslocou milhares de pessoas de ambos os lados, tanto de Israel quanto do Líbano.
O plano propõe uma trégua de 60 dias. Também, a retirada de tropas israelenses do sul do Líbano, além do recuo de militares do Hezbollah na região da fronteira com Israel.
Apesar de parecer que se aproximam momentos de alívio, eles são momentâneos e a estabilidade é frágil, isso porque um “cessar-fogo”, não significa uma pausa definitiva do conflito, e a qualquer indício de ataque, de ambos os lados, a ofensiva pode se instalar novamente. Os dois países ficarão vigilantes sob qualquer ação de seus militares.
O governo de Israel afirmou ainda na terça-feira que poderia atacar alvos do Hezbollah caso alguma ameaça fosse identificada. Apesar de não afirmarem abertamente, do lado terrorista não será diferente. A qualquer suspeita, devem reagir.
– Faremos cumprir o acordo e responderemos vigorosamente a qualquer violação – afirmou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. – Um acordo pode ser cumprido e nós o cumpriremos – completou.
O plano foi viabilizado pelos Estados Unidos e pela França, após semanas de tratativas. As duas potências permanecerão vigilantes diante do cenário. É incerto o que possa ocorrer ao longo dos próximos dois meses. Não há garantia da permanência ou não do cessar-fogo.
Ainda na terça-feira, um dirigente do Hamas declarou à imprensa que o grupo palestino também estaria disposto a uma trégua em Gaza. A medida incluiria um “acordo sério para a troca de prisioneiros”.