O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Certamente você já usou ou então assistiu a filmes dos anos 1980 e 1990 em que os personagens utilizam pagers para se comunicar. O mecanismo, anterior ao celular, é um pequeno dispositivo eletrônico portátil que pode receber e enviar mensagens curtas ou alertas em forma de texto.
Nesta terça-feira (18), pagers usados por centenas de membros do Hezbollah explodiram no Líbano e na Síria, matando pelo menos 12 pessoas e ferindo mais de 2,8 mil. O grupo radical culpou Israel pela ação, porém as Forças de Defesa israelenses não assumem o ataque. Mas por que o grupo está usando os aparelhos em pleno 2024?
A maioria dos pagers recebe mensagens por meio de frequências de rádio. Os celulares tradicionais foram abandonados pelo Hezbollah há alguns anos "por serem vulneráveis demais" aos mecanismos de interceptação por parte de Israel. Outro motivo seria que os pagers não têm câmeras ou microfones e também não dependem de chips para funcionar, ou seja, menos arriscado em termos de segurança da informação.
Desde os ataques de 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel a partir da Faixa de Gaza, o líder do Helzbollah alertou os membros do grupo de que a inteligência israelense havia invadido a rede de celulares e isso motivou a organização a utilizar os pagers. Além disso, os radicais começaram a usar o equipamento com mais frequência em julho, após os celulares terem sido proibidos nos campo de batalha, por temor de serem localizados.
O grupo taiwanês Gold Apollo, marca aparece nos pagers de membros do Hezbollah, garantiu que os aparelhos foram fabricados por uma empresa na Hungria, chamada BAC Consulting.
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