O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O presidente do Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Senergisul), Antonio Jailson da Silva, afirmou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da CEEE Equatorial que há relatos de falsificação de certificados dos cursos de formação dos trabalhadores da concessionária no Rio Grande do Sul. A fala ocorreu na manhã desta quinta-feira (11) na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Em nota, a concessionária afirmou que comprovadas irregularidades, tomará as medidas cabíveis aos fornecedores implicados.
Silva lembrou que antes da privatização, a CEEE pública contava com cursos preparatórios em duplas de, no mínimo, três anos, além de 400 horas de formação. Agora, o número diminuiu para apenas 100 horas de qualificação.
— Em alguns momentos chegou ao nosso conhecimento, através da fiscalização do Ministério do Trabalho, que esses certificados eram falsos, nem tinham feito esse curso — afirmou o presidente do Senergisul na CPI.
Ele também comentou que há relatos de trabalhadores que receberam certificado de uma empresa de Manaus (AM) de 40 horas, sendo que não foram até a cidade para realizar o curso e que a qualificação foi de apenas quatro horas.
— Eletricidade Ead (Ensino a Distância). Vocês imaginem como ele aprende isso — questionou. — Na contingência eles pegam aquele trabalhador que não está exercendo atividade de risco e colocam ele sem experiência alguma, sem fazer uma reciclagem — completou.
A presidente da Comissão, vereadora Cláudia Araújo (PSD), comentou à coluna que convidará o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) para comparecer à CPI para falar sobre o caso.
Veja a nota da CEEE Equatorial
A respeito dos questionamentos da reportagem do jornal Zero Hora, a CEEE Equatorial informa que mantém rigorosos processos de controle sobre a atuação de parceiros e fornecedores no que se refere ao cumprimento das legislações trabalhistas aplicáveis ao setor elétrico.
A concessionária acompanha as investigações do Ministério do Trabalho e, comprovadas irregularidades, tomará as medidas cabíveis e sanções previstas aos fornecedores implicados. A CEEE Equatorial destaca, ainda, que a segurança e o bem-estar de sua força de trabalho, seja ela própria ou terceirizada, é um valor inegociável do Grupo Equatorial.