Era perto das 23h de segunda-feira (11) em Dubai (16h pelo horário de Brasília) quando a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, convocou uma entrevista coletiva no pavilhão brasileiro, na COP28, para explicar a posição do país em relação ao rascunho divulgado à tarde pela presidência da conferência, exercida pelo país anfitrião, os Emirados Árabes Unidos.
Marina disse que considera o esboço de texto final "com linguagem inapropriada e insuficiente". Isso porque o Brasil acredita que os esforços dos negociadores devem ser para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis - e não apenas a "redução", como proposto no rascunho.
A ministra elogiou que o texto explicita que as ambições dos países devam estar alinhadas às expectativa de não superar a temperatura média da Terra em 1,5ºC - em relação ao período pré-industrial. Mas adotou uma postura bastante crítica em relação ao texto ao se referir ao uso de carvão, petróleo e gás natural.
- Em relação à questão de combustíveis fósseis, a linguagem não está apropriada e temos muitas insuficiências. Uma das insuficiências é não estar ali estabelecida os esforços para eliminação em relação a combustíveis fósseis. Não é só a questão de redução de emissão. E também melhor clareza entre balanço entre países desenvolvidos e em desenvolvimento - disse Marina.
A um dia da data prevista para o encerramento da COP28, o rascunho mais recente de texto final da conferência do clima frustrou as expectativas de quem esperava um termo mais forte em relação aos combustíveis fósseis.