Em busca de financiamento para projetos que ajudem a evitar tragédias como a que atingiu o Vale do Taquari, neste ano, a secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado, Marjorie Kauffmann, manteve uma reunião de cerca de uma hora neste domingo (10) com representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), durante a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ouviu do chefe da Divisão de Mudanças Climáticas, Graham Watkins, que a instituição dispõe de linhas de crédito e assistência técnica para ações de prevenção.
Watkins destacou que, no caso do Vale do Taquari, iniciativas para reduzir os impactos das enchentes se assemelham a projetos já executados pelo BID em países vizinhos, como Uruguai, Argentina e Paraguai, devido à singularidade da região, diferente de ações realizadas no Amazonas e no Pará.
— Falei da nossa matriz produtiva, e ele disse que o Estado se enquadram bem para ações com as existentes em os outros países, pelo bioma, por estar muito próximo do Uruguai — explicou a secretária. — Quando estamos com seca no Brasil, estamos com seca no Uruguai. Seria um projeto do tipo "Cone Sul" — disse.
Os representantes do BID ficaram interessados em visitar o Estado para conhecer os municípios atingidos pelas enchentes, como Lajeado, Roca Sales e Muçum. Entre possíveis iniciativas, foram aventadas ações de melhoria do sistema de monitoramento de cheias e estudos para contenção da água, como barramento. Nesse último caso, a construção de uma estrutura poderia ajudar não apenas a conter a força do Taquari, quando chove muito, mas também servir de reservatório para acumular água, em afluentes, como os rios Forqueta e Forquetinha, para momentos de estiagem.
— Por isso, não pode ser um simples projeto, tem de prever uma estação que não tem nada de água e outra que chove 40 mm por dia. Seria uma obra de engenharia de precisão. de especialidades grandes. É o que estamos tentando buscar — afirma a secretária.
Antes de tudo, entretanto, é necessária uma detalhada análise da Bacia do Rio Taquari. O próximo passo deve ser a assinatura de um termo de referência para que seja iniciado esse estudo. Paralelo a isso, Marjorie garante que o sistema de monitoramento e alerta da região deve melhorar muito até a metade de 2024. A elaboração desses projetos ficaria para o segundo semestre.